sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Procedimentos

Carlos Dei
Editor

Durante muito tempo acompanhei as discussões do segmento autorizado de eletroeletrônicos no Rio de Janeiro, através da Asaerj e, como amostragem do Brasil, através da Abrasa. A preocupação desde 1992, época em que foi fundada a Associação do Rio e o Jornal Ícone sempre foi com o fim da atividade de prestação de serviços nesta área, a possibilidade de diversificação do serviço sem abandonar o segmento e o que fazer com as tendências da cultura do “descartável”, fomentada por fabricantes.
Vi muitas micro-empresas de prestação de serviço em eletroeletrônicos minguarem ou fecharem as portas, técnicos mudarem de profissão ou insistirem no “tradicional”, sem a preocupação com a reciclagem dos seus conhecimentos, adequando-se às inovações tecnológicas dos equipamentos, mudança de práticas, de comportamento frente ao novo mercado que sempre surge e ressurge.
Ainda bem que hoje, apesar das “cabeças-durices”, os profissionais técnicos e os micro-empresários passaram a enxergar possibilidades, nichos dentro do esperado “fim-do-mundo” desta atividade, reaprenderam a lidar com este mundo estranho, voraz, promissor, “auto-destrutivo”, traiçoeiro e maravilhoso. Mas, um dos fatores preocupantes em tudo isso permanece forte: a obsolescência dos materiais, dos valores, da própria vida, o consumismo desenfreado, que nos faz acreditar na tal política do descartável, em função das “novas tendências”, o que põe em risco a profissão do prestador de serviço, da micro-empresa que fornece insumos para este, do meio-ambiente, da vida... É pra pensar... na sustentabilidade. Ou levamos isso a sério ou nos colocamos em sério risco, nós e as nossas gerações futuras. Acredito que não tenhamos muita escolha. Por uma boa sugestão do nosso amigo colaborador Waldyr Souto, em seu brilhante artigo “O incentivo ao consumo e o Técnico reparador”, recomendo também que vejam o documentário “A história das coisas”, narrado por Annie Leonard (http://sununga.com.br/HDC/?topico=display).
Abraços!

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