Waldyr Souto Maior
As
fontes de aparelhos de TV são sempre um tópico que se deve rever a cada
tecnologia que surge. Isso é necessário, pois elas vêm se modificando ao longo
do tempo para que possam se adaptar às novas tecnologias.
As
fontes chaveadas trabalham com elementos semicondutores, que abrem e fecham em
altas velocidades como se fossem chaves que ligam e desligam numa frequência
geralmente elevada.
Como
o sinal de chaveamento é uma onda quadrada, no caso de um transistor, ele
estará ou cortado ou saturado, não havendo situações intermediárias de
condução. Sendo assim, a irradiação de calor será muito baixa, reduzindo o
tamanho do dissipador, ou até dispensando o seu uso em alguns casos.
Esse
fato permitiu também o uso de transistores menores e incentivou o uso de
mosfets na função de chaveadores de potência.
A
operação em frequências cada vez mais altas contribuiu com a redução do tamanho
dos transformadores e com o uso de capacitores de valores cada vez mais baixos,
reduzindo assim o tamanho e o peso dessas fontes.
O
consumo também caiu em muito, devido ao alto rendimento, já que as fontes
chaveadas não transformam muita energia em calor.
FONTE
PRIMÁRIA
É a parte envolvida com a tensão de entrada
da rede. A fonte primária é formada pelos estágios de retificação e filtragem,
oferecendo uma saída em torno de 170 volts DC para alimentar o transistor
Chaveador de Potência, através do enrolamento primário.
Quando
a fonte é dotada de circuito PFC, circuito que controla o fator de potência da
fonte objetivando uma economia maior de energia, a voltagem primária aparece
com valores mais altos.
CIRCUITO
DE PARTIDA
É um pequeno circuito formado principalmente
por alguns resistores de alto valor, que serve para alimentar e dar partida ao
oscilador no momento em que a fonte é alimentada.
FONTE
SECUNDÁRIA
São as voltagens obtidas por indução no
secundário do transformador, retificadas e filtradas por diodos e capacitores
eletrolíticos, alimentam os circuitos do televisor. Muitas delas passam por
reguladores antes de serem utilizadas pelos circuitos da TV.
CIRCUITO DE CONTROLE
É um circuito que mantém as tensões de saída
da fonte dentro de uma faixa confiável. Para isso, ele pega a amostra de uma
das voltagens geradas no secundário, e a envia para o primário através de um
Foto-acoplador ou do transformador, a fim de utilizá-la como tensão de controle
para alterar a frequência ou a largura dos pulsos das ondas de chaveamento que
estão sendo gerados no primário da fonte.
DESCRIÇÃO RESUMIDA DA FONTE DA TV LCD TOSHIBA 32HL86 E
26HL86
Obs: Para melhor compreensão, o leitor
deverá acompanhar a descrição com o esquema da fonte do aparelho em mãos.
FONTE PRIMÁRIA:
A
tensão da rede passa pelo fusível F 801 e outros componentes de proteção,
alcançando T 801 que tem a função de Filtro de Rede. Esse filtro evita que as
frequências oscilantes da fonte alcancem a rede de alimentação da residência,
podendo interferir em outros aparelhos da casa.
A
tensão da rede vai direto para a ponte retificadora DE01 pertencente à FONTE
STANDBY, mas depende do relé SR81 para alcançar a ponte D801 pertencente a
FONTE PRINCIPAL.
Isso
acontece porque as tensões geradas pela FONTE STANDBY devem estar presentes o
tempo todo, mesmo quando o aparelho estiver em STBY, enquanto que as tensões
geradas pela FONTE PRINCIPAL só aparecerão quando o aparelho for ligado, ou
seja, quando o aparelho for retirado do modo STBY.
Para
retirar o aparelho de STBY, o usuário deve pressionar a tecla power no controle
remoto ou no painel do televisor. Nesse momento, o pino 21 do micro (QA01),
envia um nível alto à base de Q852, o qual, ao conduzir, alimenta a base de Q
851 que, ao saturar, energiza a bobina do relé SR81, fechando o contacto que
permite alimentar a ponte retificadora D801.
A
tensão retificada pela ponte D801 é filtrada pelo capacitor C 810 e segue para
o pino 1 do CI Q801. Esse pino pertence ao dreno do transistor interno que irá
amplificar os pulsos de chaveamento que são gerados por um oscilador localizado
no interior do CI.
O
pino 8 do CI destina-se à sua alimentação proveniente de D 813 e a sua partida,
providenciada pelo resistor R 827. O pino 9 do CI destina-se ao controle de
sobre-tensão da voltagem gerada e o pino 10 ao controle de sobre-tensão da voltagem
de entrada.
A
tensão retificada pela ponte DE01 é filtrada pelo capacitor C E10 e segue para
o pino 1 do transformador TE62. O retorno desse enrolamento ( pino 3 ) é ligado
ao pino 1 do CI QE01 ( Dreno do Mosfet interno ) que, ao amplificar os pulsos
gerados no oscilador interno, os transfere para o enrolamento primário ( Pinos 1, 2 e 3 de TE62 ).
O pino 4 do CI destina-se a sua alimentação
proveniente de DE06 e a sua partida, providenciada pelos resistores RE03 e
RE04.
O pino 6 do CI QE01 pertence ao oscilador
interno que é controlado pelo transistor do Foto-acoplador QE26. Esse
foto-acoplador baseia-se numa amostra de tensão retirada da fonte de 18 volts
gerada na fonte standby.
FONTE SECUNDÁRIA PRINCIPAL:
O secundário da fonte principal gera duas
voltagens: Uma voltagem de 12,4 volts regulados pelo CI Q860, e que serve para
alimentar principalmente os circuitos de áudio, e uma voltagem de 24 volts, que
serve para alimentar o circuito de potência do Inverter e é também reduzida
para 5 volts pelo CI regulador QR71 para alimentar integrados do Inverter e
outros circuitos do aparelho.
A
tensão de 5,1 volts é constante, pois é responsável pela alimentação do
microprocessador, mas a tensão de 9 volts é chaveada pelo micro através dos
transistores QE53 e QE52, QE95 e chave Mos QE96.
Os
transistores Q853, Q854, Q855 e Q856, formam um circuito que avisam o micro
sobre uma eventual falta de energia, para que o mesmo salve as configurações
importantes do aparelho rapidamente, antes que o micro esteja totalmente
desalimentado.
FONTE SECUNDÁRIA STANDBY:
A
fonte Standby gera 2 voltagens: 40 volts que é posteriormente regulada para 32
volts para alimentar o circuito de sintonia e uma tensão de 18 volts que é
posteriormente regulada para 9 volts pelo regulador QE90 e para 5,1 volts pelo
regulador QE40.
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Waldyr
Souto Maior é professor de eletrônica, possui cursos no exterior, é autor de
alguns livros técnicos e é vice-Presidente da Asfeteb (Associação Federal dos
Técnicos em Eletroeletrônica do Brasil : esate.asfeteb@if.com.br).
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