sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Jornal Ícone - 224 - As datas para o desligamento da TV analógica mudaram. Você está preparado para a TV Digital?

Waldyr Souto 

 Já em vésperas do desligamento dos sinais analógicos de TV, muitas pessoas ainda não se deram conta de que, na data marcada, os televisores puramente analógicos ficarão sem sinal algum na antena, ou seja: apresentarão apenas chuviscos na tela em todos os canais.
 É fato também que a metade da população brasileira conhece apenas vagamente o que é realmente a TV Digital, ou acredita que seja apenas uma entre várias opções disponíveis para se assistir televisão, o que explica o desinteresse pelo assunto. Na verdade, a TV Digital não é uma opção, todos serão obrigados a migrar para ela, já que, somente ela irá existir daqui pra frente.
 Nesta matéria, o leitor conhecerá os principais padrões de TV digital, como eles estão distribuídos e o que fazer para estar preparado para a mudança que iniciará já este ano.

A principal proposta da TV digital é oferecer uma imagem de alta qualidade em definição, nitidez, imunidade a ruídos e fantasmas.
 No mundo já surgiram até hoje muitos padrões de TV digital. Os mais importantes são:
Americano: ATSC – Advanced Television Systems Committee – Surgiu em 1987.
Europeu: DVB – Digital Video Broadcasting – Surgiu em torno de 1993.
Japonês: ISDB - Integrated Services Digital Broadcasting – Surgiu em 1999.
Chinês: DMB - Digital Multimedia Broadcast – Implantado em torno de 2005
 Entre eles, em 2006, o Brasil adotou o padrão Japonês ISDB-T por ser o de melhores recursos. A letra “T” ao final significa que o Brasil optou pela transmissão Terrestre (Antenas terrestres). Quando vier com a letra “C” ou “S”, significa que o meio de transmissão é Cabo ou Satélite.
 As transmissões digitais no Brasil iniciaram oficialmente no final do ano de 2007.
 Veja na figura 1 a distribuição dos principais padrões digitais no mundo.


 Acontece que, depois de muitas polêmicas, quando o Brasil se decidiu pelo padrão ISDB, um regulamento chamado SIMULCAST foi planejado para organizar e cronometrar a convivência simultânea dos dois sinais no espaço. Neste período, os dois sinais estariam no ar ao mesmo tempo, necessitando então de alguns cuidados no que diz respeito a interferências entre eles.
 No caso, não foi então permitido a ocupação das freqüências de VHF pelos canais digitais neste período. Os canais digitais operam então, por enquanto, somente nas freqüências de UHF. O Simulcast fala também da extinção da faixa de VHF LOW para transmissão de TV.
 Na época, 2006, ficou determinado também um período de 10 anos para as transmissões simultâneas, o que significa que, o Simulcast terminaria em 2016, quando todas as emissoras analógicas seriam desligadas.
    Entretanto, nos últimos anos, foi necessário alterar esse planejamento, quando ficou decidido que, os sinais analógicos não seriam desligados todos na mesma data, mas sim, de forma escalonada, entre os anos de 2015 e 2018.
    Veja na figura 02 a datas previstas para o desligamento da TV analógica.


  Para estar preparado para a data do desligamento, o usuário pode escolher entre 3 opções:
1ª – Comprar um televisor digital, aqueles que já possuem um conversor digital integrado.
 Hoje em dia, todos os aparelhos vendidos seja com telas de Plasma, Lcd ou Led, já são capazes de sintonizar os canais digitais.
2ª – Comprar e instalar um Conversor de TV Digital (Set Up Box) no seu aparelho analógico.
 Esses conversores transformam o sinal digital captado pela antena em um sinal analógico que pode ser facilmente reproduzido pelos televisores de Tubo ou de LCD que não possuam conversores internos.

 Veja a ilustração na figura 3


3ª – Contratar um serviço de TV por assinatura via satélite.

    As empresas que fornecem sinais via Satélite se utilizam de canais digitais, geralmente do padrão DVB com duas modalidades: Receptor com saída analógica e Receptor com saída Digital. Veja na figura 4 uma ilustração para receptor com saída analógica.

 Assim, as pessoas que possuem aparelhos analógicos e contrataram um serviço de TV por assinatura, vão continuar assistindo os canais, mesmo após o término do Simulcast, já que, todos os sinais são oriundos de um satélite Digital.
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 Waldyr Souto Maior é professor de eletrônica na ESATE, possui cursos no exterior, é autor de alguns livros técnicos e é vice-presidente da Asfeteb (Associação Federal dos Técnicos em Eletroeletrônica do Brasil: esate.asfeteb@ig.com.br).


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