Waldyr Souto
Já em vésperas do desligamento dos sinais
analógicos de TV, muitas pessoas ainda não se deram conta de que, na data
marcada, os televisores puramente analógicos ficarão sem sinal algum na antena,
ou seja: apresentarão apenas chuviscos na tela em todos os canais.
É fato também que a metade da população
brasileira conhece apenas vagamente o que é realmente a TV Digital, ou acredita
que seja apenas uma entre várias opções disponíveis para se assistir televisão,
o que explica o desinteresse pelo assunto. Na verdade, a TV Digital não é uma
opção, todos serão obrigados a migrar para ela, já que, somente ela irá existir
daqui pra frente.
Nesta matéria, o leitor conhecerá os
principais padrões de TV digital, como eles estão distribuídos e o que fazer
para estar preparado para a mudança que iniciará já este ano.
A principal proposta da TV digital é oferecer uma imagem de alta qualidade em definição, nitidez, imunidade a ruídos e fantasmas.
No mundo já surgiram até hoje muitos
padrões de TV digital. Os mais importantes são:
Americano: ATSC – Advanced Television Systems Committee – Surgiu em 1987.
Europeu: DVB – Digital
Video Broadcasting – Surgiu em torno de 1993.
Japonês: ISDB - Integrated Services Digital Broadcasting – Surgiu em
1999.
Chinês: DMB - Digital Multimedia
Broadcast – Implantado em torno de 2005
Entre eles, em 2006, o Brasil adotou o padrão
Japonês ISDB-T por ser o de melhores recursos. A letra “T” ao final significa
que o Brasil optou pela transmissão Terrestre (Antenas terrestres). Quando vier
com a letra “C” ou “S”, significa que o meio de transmissão é Cabo ou Satélite.
As transmissões digitais no Brasil
iniciaram oficialmente no final do ano de 2007.
Veja na figura 1 a distribuição dos principais
padrões digitais no mundo.
Acontece que, depois de muitas polêmicas,
quando o Brasil se decidiu pelo padrão ISDB, um regulamento chamado SIMULCAST
foi planejado para organizar e cronometrar a convivência simultânea dos dois
sinais no espaço. Neste período, os dois sinais estariam no ar ao mesmo tempo,
necessitando então de alguns cuidados no que diz respeito a interferências
entre eles.
No caso, não foi então permitido a ocupação
das freqüências de VHF pelos canais digitais neste período. Os canais digitais
operam então, por enquanto, somente nas freqüências de UHF. O Simulcast fala
também da extinção da faixa de VHF LOW para transmissão de TV.
Na época, 2006, ficou determinado também um
período de 10 anos para as transmissões simultâneas, o que significa que, o
Simulcast terminaria em 2016, quando todas as emissoras analógicas seriam desligadas.
Entretanto, nos últimos anos, foi
necessário alterar esse planejamento, quando ficou decidido que, os sinais
analógicos não seriam desligados todos na mesma data, mas sim, de forma
escalonada, entre os anos de 2015 e 2018.
Veja na figura 02 a datas previstas para o
desligamento da TV analógica.
Para estar preparado para a data do
desligamento, o usuário pode escolher entre 3 opções:
1ª – Comprar um televisor
digital, aqueles que já possuem um conversor digital integrado.
Hoje em dia, todos os aparelhos vendidos
seja com telas de Plasma, Lcd ou Led, já são capazes de sintonizar os canais
digitais.
2ª – Comprar e instalar um
Conversor de TV Digital (Set Up Box) no seu aparelho analógico.
Esses conversores transformam o sinal
digital captado pela antena em um sinal analógico que pode ser facilmente
reproduzido pelos televisores de Tubo ou de LCD que não possuam conversores
internos.
Veja a ilustração na figura 3
3ª – Contratar um serviço
de TV por assinatura via satélite.
As empresas que fornecem sinais via
Satélite se utilizam de canais digitais, geralmente do padrão DVB com duas
modalidades: Receptor com saída analógica e Receptor com saída Digital. Veja na
figura 4 uma ilustração para receptor com saída analógica.
Assim, as pessoas que possuem aparelhos
analógicos e contrataram um serviço de TV por assinatura, vão continuar
assistindo os canais, mesmo após o término do Simulcast, já que, todos os
sinais são oriundos de um satélite Digital.
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