quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Jornal Ícone - Edição nº 198 - Agosto de 2012

* A dor da perda  
* As artimanhas das TV’s CCE 29 polegadas
* Manutenção das TV’s LCD LG47LY3RF
* Porque ainda utilizar a Válvula Eletrônica como dispositivo amplificador?
* Agora é a vez das operadoras
* Use a tecnologia a seu favor
* Mercado e profissionais
(Clique nos links ao lado e acesse o artigo individualmente)
Acesse a edição impressa completa no link abaixo:

A dor da perda

Carlos Dei
Editor


“Até aqui viajamos juntos. / Passaram vilas e cidades, cachoeiras e rios, bosques e florestas... / Não faltaram os grandes obstáculos.
Freqüentes foram as cercas, ajudando a transpor abismos... / As subidas e descidas foram realidade sempre presente. / Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, descobrimos cidades... / Chegou o momento de cada um seguir viagem sozinho...
” (Autor desconhecido)
   Pois é, grande deve ser a dor da perda, embora na sequência do caminho tenhamos que superá-la e seguir, intransitivamente. Quando “fui embora” de casa, minha mãe estava muito doente, sofria de um mal que hoje é “fichinha” para a medicina: a asma. E de tantas crises asmáticas e de tantos remédios, um atrás do outro, de tanto desespero e de tanta falta de perspectivas de cura, ela se foi, para sempre.
   Quando minha mãe faleceu eu estava no Rio de Janeiro, há pouco tempo e não tive condições de retornar com a urgência necessária naquele momento. Sofri calado e distante, pedindo a Deus (ou o nome que seja na crença de cada um) que iluminasse a alma daquela que eu tanto amei e que tanto me amava e perdi tão precocemente. Pedi também que me desse forças para eu não entrar em “parafuso”. Três anos depois perdi o meu pai. A história se repetiu, não pude me despedir presencialmente. Alguns anos após, perdi o meu irmão (quase mais velho) e, muitos anos depois, perdi minha irmã (esta, a mais velha dos quatro irmãos; eu, o caçula). Com esta perda acho que caiu a ficha, desabei em prantos e em desespero, por não ter tido condições de fazer nada em vida por nenhum deles, sequer voltar lá e abraçá-los depois de tanto tempo distante, para fazer evaporar a saudade e reviver a energia que nos uniu até o dia em que de lá saí. Mas, entendi que o velho/novo tempo seguia e segue impassível e indiferente aos nossos sentimentos. Não sei o que fiz para me recompor, mas, segui. Hoje digo que não sei como reagiria à perda de um ente querido, tão próximo, como um filho, a esposa, um amigo verdadeiro.... Só sei que deve doer uma dor complexa, difícil de se superar... Sei lá... Ainda tenho um irmão, mai svelho que eu, e espero que nos vejamos com mais frequência, se a vida nos permitir.
  Quero expressar publicamente meus/nossos sentimentos ao amigo e parceiro Osvaldo Pedrote (da Clynk Som e Vídeo e Eletrônica Shopping Cascadura) pela perda da sua esposa Sra. Alda, no mês de julho e também à família do nosso parceiro de outras datas, ainda no tempo da Asaerj, Aldenir Duarte (ex- Politron/RJ), que faleceu em meados do mesmo mês.
  E também lamentar (já em agosto) a perda do mestre flautista, o incomparável Altamiro Carrilho.
  Desejando que todos sejam confortados pela força de sua fé no caminho do bem, da luz, da harmonia e que a vida de cada um não tenha sido em vão para seus familiares, amigos, admiradores...

As artimanhas das TV's CCE 29 polegadas

Waldyr Souto Maior 

Quem ainda não apanhou de alguma TV 29 CCE, ao lutar com sintomas que nos leva a suspeitas enganosas e a falsas conclusões ?
  Nesta matéria apontarei defeitos apresentados por algumas TV’s CCE 29” que leva o técnico a suspeitar de peças que estão em perfeito estado, incluindo o Tubo.
  OBS: Usarei o modelo HPS 2991 FS como exemplo, mas, os defeitos tratados aqui, podem se manifestar em outros modelos.

  IMAGEM ESPELHANDO COM CORES ESPARRAMANDO

  Diante desse sintoma, o técnico não demora muito pra chegar à conclusão de que o tubo está fraco.   Muitas vezes, o aparelho está custando ligar, entrando em proteção e só conseguimos fazê-lo ligar ao realizarmos um ajuste muito crítico na tensão de Screen.
  É verdade que o defeito pode ser do tubo, mas, em vários casos, o defeito, na maioria das vezes, é do fusistor FR 422 de 10 R da linha de 205 volts.
  Êpa! Mas, sem a tensão de 205 volts, a tela não deveria estar acendendo forte com linhas de retraço e sem imagem? Bem, em outros aparelhos sim, mas, nesses aparelhos o diodo D 412 conecta a linha de 132,5 volts à linha de 205 volts. Assim, quando o fusistor FR 422 abre, a tensão de 205 volts é substituída pela tensão de 132,5 volts que passa pelo diodo D 412, não deixando a imagem sumir. Entretanto, com esse novo valor, que é bem mais baixo, a imagem aparece espelhada, levando o técnico a trocar o tubo em vão.



 














TELA APARENTEMENTE ACESA COM MANCHAS COLORIDAS E SEM IMAGEM

  Neste sintoma, a tela aparece toda acesa, só que um pouco escura e com manchas, como se estivesse com problema de pureza.
  Na verdade, o feixe eletrônico do tubo não está varrendo a tela. Ele está varrendo o canhão por baixo da deflectora, devido a problema com o circuito vertical que se encontra totalmente deslocado para cima, produzindo um reflexo na tela que dá a ilusão de tela acesa.
  É muito comum o técnico achar que o vertical está aberto e funcionando normal, perdendo muito tempo procurando defeito nos circuitos de luminância. Veja a figura 2



  Esse defeito é muito perigoso, pois o feixe eletrônico é muito intenso naquele ponto podendo degolar o tubo com muita facilidade.
  Como esse defeito é produzido pela queima do CI de saída vertical IC 301 (TDA 8359), o sintoma pode se manifestar com uma linha brilhante no centro da tela ou deslocada ligeiramente para cima ou para baixo.
  Mas, o maior problema surge quando, ao trocar o integrado, acontece a queima imediata do fusistor FR 423 da linha de 51 volts que alimenta o vertical. Veja sua localização na figura 3.

  Nesses casos, o técnico geralmente acha que há algum outro problema no aparelho e perde muito tempo tentando encontrar um motivo para a queima do fusistor, perdendo tempo em vão e gastando na troca repetitiva do integrado e de outras peças.

Na verdade, não há outro defeito, o problema encontra-se no CI que é falsificado. Para esse defeito só existe uma solução, colocar o CI original que é fabricado pela Philips. Se você possuir uma sucata, é preferível utilizar um CI retirado de uma placa usada.
  A seguir apresentarei os defeitos mais curiosos nos televisores CCE HPS 2991:

  TV DESLIGA SOZINHA E SÓ LIGA QUANDO QUER

  1º caso: Q 401 intermitente.
  Neste caso, é muito comum o técnico testar o transistor e voltá-lo para o circuito, já que o mesmo se apresenta bom na maioria das vezes que é testado. Assim, o técnico passa a trocar outras peças, inclusive o Fly Back sem obter sucesso e só mata o defeito, depois de dar muitas voltas e resolve trocar o transistor.
  2º caso: Q 802  e  Q805  (BC 337).
  Neste caso, o defeito é também ingrato, já que, o aparelho às vezes funciona horas ou dias sem apresentar o problema, fazendo o técnico acreditar que já o consertou, mas, o mesmo acaba voltando em garantia. De preferência, substituir esses transistores por dois BD135.

  TELA APAGADA COM TENSÕES DE 13 e 51 VOLTS BAIXAS

  C 409 defeituoso.
  Neste defeito, após o trocar vários eletrolíticos sem obter sucesso, como todas as tensões provenientes do Fly back estão baixas, o técnico resolve trocá-lo e gasta dinheiro em vão.

  Para quem já conhece bem as TV TRC e deseja se aperfeiçoar nas TV de LCD e LED, estarei ministrando em setembro na ESATE um curso de Investigação de Defeitos com Osciloscópio e Geradores  em televisores com tela de Plasma, LCD e LED.

  A Esate estará oferecendo também outros cursos muito interessantes como: Eletrônica Analógica e Digital; Oficina de Home Theater e Videocassetes ( Traga seu DVD ou Videocassete para consertar ); Projetos com Mecatrônica; Conserto de Monitores LCD; Substituição de Componentes SMD.
Acesse nosso site: www.wix.com/novaasfeteb/esate . E não deixe de se relacionar conosco também através do Facebook http://www.facebook.com/profile.php?id=100003405630763  e do Orkut ESATE/ASFETEB e-mail: esate.asfeteb@ig.com.br , você estará em contacto comigo e com outros amigos da profissão e poderá participar do FÓRUM da comunidade NOVA ASFETEB e obter consultas com profissionais e professores.
Mais detalhes, ligue para a (21)2655 0312. Fiquem com Deus e até o próximo mês !!
Waldyr Souto Maior é professor de eletrônica na ESATE, possui cursos no exterior, é autor de alguns livros técnicos e é vice-presidente da Asfeteb (Associação Federal dos Técnicos em Eletroeletrônica do Brasil: esate.asfeteb@ig.com.br)



Manutenção de TV's LCD – LG 47LY3RF

  Iniciarei neste artigo uma série de matérias sobre a manutenção de televisores LCD, já que alguns colaboradores e amigos têm me dado esta sugestão, em função do crescente número de aparelhos que já estão no mercado.
Iniciaremos pelo LG 47LY3RF por se tratar de um aparelho que se apresenta em boa quantidade no mercado, portanto, gerador de uma série de defeitos viciados. Este tipo de defeito é aquele que todo aparelho apresenta após sua colocação no mercado. Estes defeitos são oriundos de vários fatores não dimensionados pelos projetistas ou por fatores externos não considerados como parâmetros influentes.
  Na figura 1 o leitor tem uma visão parcial da placa principal deste modelo de televisor. Note que está evidenciado o capacitor C1423 e este se apresenta estufado. Este tipo de situação que o capacitor apresenta é muito comum em aparelhos de LCD. O leitor deve estar atento na observação de capacitores que apresentem o aspecto físico comprometido, pois através desta observação, se pode  identificar o defeito do aparelho antes de fazer as devidas análises.

  O nosso capacitor em questão está alocado na placa principal, porém, este caso serve de aprendizado por dois motivos que serão expostos a seguir:
  O primeiro caso é o conhecimento do defeito em questão, ou seja, a imagem se apresenta fraca com predominância da tela branca ou como se o contraste estivesse faltando; O segundo aprendizado é a identificação de uma situação que derruba muitos técnicos, o falso diagnóstico do defeito.
  O defeito descrito acima é predominantemente característico da Placa T-CON, devido à alta incidência deste defeito nestas placas. A placa T-CON apresenta esta situação em função em que há uma deficiência no scaler ou na alimentação. O capacitor C1423 é responsável pela filtragem que vai para a placa T-CON neste modelo, portanto, uma anomalia neste capacitor implica numa alimentação inferior, ocasionando o defeito encontrado. A importância está no leitor perceber que, ao pegar um defeito destes não faça um diagnóstico apressado e, consequentemente, saia comprando uma placa indevidamente. Verifique sempre a alimentação que entra na placa e note também que não há eletrolíticos na Placa T-CON, portanto fique ligado que alguém tem que filtrar esta alimentação e este alguém não está na placa, mas sim na fonte ou na placa principal, que foi o caso deste aparelho. Devemos perceber nos defeitos que encontramos não só quem faz, mas porque isto acontece e como tirar lições em função de outros aparelhos.
  Outro defeito muito comum neste modelo de televisor LCD é tela escura ( sem iluminação ), mas com som. Defeito característico do circuito inverter, pela falta de iluminação das lâmpadas CCFL. Na figura 2 o leitor pode identificar os capacitores defeituosos, responsáveis por este defeito, assim como o fusível encontrado nesta placa.  

  Novamente o defeito é oriundo de capacitores vazados, devido ao alto aquecimento que este aparelho apresenta. Além da temperatura apresentada pela emissão de calor das lâmpadas, existe ainda a associação da blindagem mostrada na figura 3 que proporciona retenção de calor na parte interna da placa. Observe bem a figura e identifique esta situação.
  Com o passar do tempo, as temperaturas internas no LG 47LY3RF provocam o desgaste nestes capacitores, porém, na fase inicial, a falta de luz na tela é de forma intermitente. Caso o usuário solicite sua visita nesta fase, basta trocar os capacitores especificados e o problema estará resolvido.
Se o usuário deixar esta situação se prolongar, não teremos somente a troca dos capacitores, pois, depois de um tempo, o fusível mostrado na figura 2 irá se abrir, ocasionando o estabelecimento do defeito de forma permanente. Figura 3

  Na figura 4 o leitor evidencia a localização do fusível. O macete neste caso, já que não encontraremos o fusível em questão, é quebrar um fusível de vidro do mesmo valor e retirar o fio interno, soldando o mesmo por cima do fusível original do aparelho.
Vale lembrar ao leitor que este procedimento só deve ser utilizado por uma colocação do valor original do fusível para que não haja alteração na originalidade do circuito e, consequentemente, não ocasionar dores de cabeça mais adiante.
  Nos meus Treinamentos de LCD & LED apresento estas situações para o aluno, já que possuo aparelhos abertos para que sejam feitas as devidas observações e, consequentemente, uma fixação melhor do que está sendo exposto em aula. Caso o leitor queira prestigiar este tipo de Treinamento basta entrar em contato com treinamentosbte@gmail.com ou tel: 25973368 / 96780087.
  Paulo Roberto dos Santos é Técnico em Eletrônica e Mecatrônica com especialização em Instrumentação Industrial, atuou por muitos anos na rede Sharp e atualmente trabalha como tecnólogo na Universidade Gama Filho. Paulo Roberto é autor de diversos livros e editor do boletimtecnicorj@gmail.com, distribuído de forma gratuita, colunista do Jornal Ícone, atuando também como Instrutor e palestrante de manutenção. Possui experiência em manutenção eletrônica com mais de 25 anos.

Áudio - Por que ainda utilizar a Válvula Eletrônica como dispositivo amplificador

Johnny Werner (*)

  Amplificadores de áudio que utilizam válvulas eletrônicas como dispositivos amplificadores, são os preferidos pela maioria dos profissionais de áudio, sejam eles produtores musicais, músicos ou proprietários de estúdios de gravação. Da mesma forma, são também objetos de desejo de muitos audiófilos e entusiastas. E, embora essa tecnologia seja tão antiga e muito já se tenha evoluído na eletrônica com o desenvolvimento dos transistores, é notável como sua produção ainda cresce.
  Seja para gravação ou reprodução de áudio, há quem jamais troque seus equipamentos a válvulas por similares com transistores. Isso é ainda mais evidente quando se fala em amplificação de instrumentos musicais, em especial, na amplificação da guitarra elétrica.
  É quase unânime a preferência de amplificadores a válvulas para amplificação da guitarra elétrica, logo, não há como discutir que esses dispositivos merecem a devida atenção por parte da indústria e demais fabricantes.   Também é comum o fato de fabricantes de amplificadores investirem em pesquisa para se tentar obter com transistores o som característico das válvulas, seja por meio de simuladores ou por algoritmos baseados em modelagem matemática. Assim, é inequívoco afirmar que muitos amplificadores atuais com transistores limitam-se apenas a “imitar” o som de amplificadores a válvulas. Porém, num mundo em que há quem diz ser capaz de identificar diferenças audíveis em determinado amplificador simplesmente quando se inverte o plugue de alimentação na tomada, possivelmente um algoritmo baseado em modelagem matemática não agradaria aos profissionais ou ouvintes com audição mais apurada.
  Embora as válvulas eletrônicas sejam menos eficientes do ponto de vista energético, mais caras e necessitem de maiores cuidados do que os transistores atuais (como substituição periódica), não abordaremos as diferenças técnicas e subjetivas entre esses dois dispositivos na amplificação de áudio, uma vez que há certa polêmica envolvida nessa discussão.
  Assim, conforme apresentado, é fato que as válvulas eletrônicas ainda têm seu devido espaço na indústria do áudio, e, embora seja uma tecnologia bastante antiga e há muito já conhecida, alguns aspectos referentes à sua aplicação ainda podem ser explorados.
  No caso de fontes para amplificadores de áudio, é necessário desacoplar o amplificador da rede elétrica e adequar os níveis de tensão requeridos para seu funcionamento. Para isso, a solução mais utilizada é a fonte linear, com transformador de potência (também conhecido como transformador de força). Embora fontes lineares sejam pesadas e pouco eficientes, seu uso nessa aplicação ainda persiste pelo fato de serem pouco ruidosas.
  Válvulas eletrônicas necessitam de pelo menos dois níveis de tensão diferentes para seu funcionamento: uma tensão CC alta (em torno de 400VCC em estágios de saída) e pelo menos uma tensão CA ou CC baixa para aquecer o filamento (tipicamente 6,3V). Logo, o transformador de potência de uma fonte linear deve ter pelo menos dois enrolamentos secundários para atender a esses requisitos.
  Um dos inconvenientes de um amplificador que utiliza válvulas eletrônicas está relacionado ao seu tamanho e peso excessivos. Esse incômodo toma proporções maiores quando se trata de equipamentos que precisam ser constantemente transportados e/ou carregados de um lugar para outro, como no caso de um gabinete ativo para instrumentos musicais. Obviamente, o tamanho e peso são proporcionais à potência do amplificador e aumentam conforme o valor da potência aumenta.
  Parte do volume e peso do equipamento se deve principalmente à existência de transformadores. Além do transformador da fonte de alimentação, válvulas de potência necessitam de transformadores de áudio para adequar a baixa impedância dos alto-falantes (tipicamente 4 ou 8Ω) à alta resistência das válvulas do estágio de saída (em torno de 5.000Ω, a depender das válvulas utilizadas e da topologia adotada). Além dessa adequação de impedâncias, outra função de um transformador de áudio é desacoplar o nível de tensão DC entre o estágio de potência do amplificador e o alto-falante. A Figura 1 ilustra um estágio de potência (“saída”) em push-pull com o transformador de áudio desacoplando o alto-falante das válvulas de potência. Nota-se que o nível de tensão CC presente no sinal de áudio no enrolamento primário é desacoplado do secundário, resultado apenas no sinal de áudio amplificado que é entregue ao alto-falante.
Figura 1 - Estágio de potência em push-pull a válvulas, com transformador de áudio
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 (*) Johnny Werner é mestre em engenharia elétrica e leciona no curso de Engenharia Elétrica na Universidade Regional de Blumenau. É projetista e responsável técnico na JW Tubes – Valve Amplifiers. E-mail: johnny@jwtubes.com.br

Agora é a vez das operadoras

Fernando Asaphe Jr.

  Todos nós acompanhamos a novela da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com as operadoras de telefonia móvel campeãs de reclamações em todos os estados da federação e no Distrito Federal. Tim campeã de reclamações em 19 estados e no Distrito Federal (inclusive no Rio), a Oi em 5 estados e Claro em 3.
  A punição às três empresas foi anunciada no dia 18 de julho pelo presidente da Anatel, João Rezende. Porém, a mesma durou muito pouco tempo para que qualquer uma das correções necessárias à regularização dos serviços tenha sido realmente feita.
  Ou seja, com certeza o famoso jeitinho brasileiro mais uma vez deu o ar de sua graça!
  E os usuários mais uma vez ficaram a ver navios.
  Agora, com certeza, devemos ver também que existe o outro lado da moeda, ou seja, as operadoras não fornecem um bom serviço aos seus clientes, mas também não têm nenhuma facilidade por parte das legislações para que seja possível expandir e aumentar a qualidade dos seus serviços. Aí temos a nossa famosa “BURROCRACIA” que, por muitas vezes é proposital, a fim de facilitar a aplicação do já comentado “jeitinho brasileiro” em molhar a mão de alguém para que seja possível fazer algo que as legislações impedem que seja feita.
  O sindicato das operadoras alega que existem hoje mais de 250 regulamentações municipais que dificultam a implantação das redes para acompanhar o crescimento dos serviços de telefonia móvel, principalmente em relação à instalação das famosas ERB’s (antenas de telefonia celular).
  Em nota distribuída pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), as discussões com os governos federal, municipal e estadual sobre a criação de condições e incentivos para compartilhamento de infraestrutura, não devem terminar por causa do liberação de vendas de chips e serviços das 3 operadores punidas anteriormente.
  De acordo com o sindicato, a quarta geração da telefonia móvel (4G), que começará a operar no próximo ano e será demandada durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014, exigirá pelo menos o dobro do número de antenas utilizadas hoje pela tecnologia 3G.
  O SindiTelebrasil afirma que a instalação dessa infraestrutura também poderá, e quase com certeza enfrentará, as mesmas dificuldades.
  Ou seja, se você ficou animado com a notícia da INTERNET 4G, pode botar as barbas de molho e tirar o cavalinho da chuva, pois dificilmente ela, a 4G vai ser realmente acessível em pouco tempo e muito menos a um preço baixo!
  Só para efeito de comparação, atualmente a nossa INTERNET 3G é comparada em velocidade com a conexão via linha discada nos Estados Unidos.
  A banda larga em Portugal com velocidade de 100mega custa o equivalente hoje a R$140 reais (lá, $70 euros).
  Aqui, 20mega estão na faixa de R$150.
Ou seja, muita água ainda vai rolar!
  Fernando Asaph Júnior é Técnico em Informática, Montagem e Manutenção de MICROS e REDES e também é integrante da equipe do Clube do Técnico - RJ

Use a tecnologia a seu favor

Fernando José

Parte 1

  Olá meus caros leitores, alunos e amigos (e inimigos também, pois todos os temos, infelizmente)!
  Inicio desejando que todos tenham tido um FELIZ DIA dos PAIS!
  Interessante que sempre que temos uma data de cunho comercial, ouvimos sempre na mídia o seguinte comentário:
  A data “tal” é a segunda mais importante para o comércio, só perdendo para o Natal.
  Depois, na próxima data, ouve-se que esta é a segunda mais importante depois do Natal.
  Na outra, a mesma coisa, ou seja, todas “são” a “segunda” mais importante depois do Natal, menos o Dia dos Pais, que a mídia diz que é a terceira data mais importante depois do Natal.
Significa dizer que o Dia dos Pais é a menos importante das datas festivas e comerciais que temos!
  Isto em minha opinião é uma ofensa a todos nós pais!
  Não pelo fato comercial em si, mas pela desconsideração dada a nós pais, pois afinal de contas, as mães só são mães porque existe alguém que foi o pai, as crianças só são crianças porque tem alguém que foi o pai!
  Por isso peço a mídia, um pouco mais de consideração com todos nós pais!
  Estou falando pelos que são pais de verdade e não aquele que apenas deixaram colocar seus nomes na certidão de nascimento de alguém!
  Voltando ao tema desta coluna, vamos falar um pouco sobre os vários equipamentos eletrônicos que temos a nosso dispor e que muitas vezes não damos conta de que eles podem ser muito úteis no auxílio de nosso trabalho como técnicos no dia a dia!
  Temos hoje uma infinidade de equipamentos eletrônicos à nossa disposição.
  Uns úteis, outros talvez, outros mais ou menos e, outros nem um pouco, mas, no caso dos que são úteis, temos de tirar o máximo proveito de seus recursos e talvez ir além disso!
  Uma ideia em se tratando de trabalhar com as novas tecnologias de TV LCD, LCD LED e PLASMA que sintonizam as transmissões digitais dos canais de TV, será dispormos de um telefone celular dotado de TV Digital integrada para poder diagnosticar "in loco" (na casa do cliente), uma falha relativa à ausência de recepção dos sinais de TV Digital.
Veja que podemos receber um chamado para reparar um TV que não sintoniza os canais digitais.
  Como poderemos saber se realmente o equipamento apresenta defeito ou é uma situação de simples falta do sinal digital no local onde o TV se encontra instalado?
  Devemos lembrar que o cliente dificilmente fala a verdade e, quando fala, omite alguns detalhes.
  Será que realmente aquele televisor já mostrou as imagens de canais digitais naquela localidade?
  Será que ali existe realmente intensidade suficiente de sinal para liberar a sintonia dos mesmos?
  Se você tiver um telefone celular com TV Digital, poderá verificar se o mesmo, estando você no mesmo ambiente onde está instalada a TV, irá ou não sintonizar os canais digitais transmitidos em sua região!
  Se considerarmos que o telefone utiliza-se de uma antena interna para sintonia de TV, o fato do mesmo sintonizar os canais indica que realmente o TV, não sintonizando estes canais, apresenta algum tipo de falha em seu sistema de sintonia.
  Caso o seu telefone também não sintonize os canais digitais, provavelmente o problema é de falta de sinal naquele local e não do televisor!
  Devemos lembrar que o cliente acha, por exemplo, que se ele antes residia em determinado local onde o TV sintonizava normalmente os canais digitais, mesmo que ele tenha se mudado para o outro lado da cidade, ele vai continuar achando que o TV deve continuar sintonizando os canais da mesma maneira!
  Tenha atenção com estes detalhes para não perder seu precioso tempo (sim, o tempo do técnico é tão precioso quanto o de qualquer outro profissional) e acabar, por exemplo, correndo o risco de transportar um televisor que apresenta uma certa fragilidade até a sua oficina, para descobrir que o mesmo não apresenta defeito algum.
  Veja que, além de tempo, você gastou gasolina, pneu e óleo do carro, além, quem sabe, de taxa de estacionamento para, no fim, descobrir que não dá para cobrar nada ao cliente, pois o TV não apresenta defeito!
  Espero que o meu comentário aqui tenha sido útil para alguns de vocês e deixo aqui o espaço em aberto para aqueles que desejem comentar sobre o tema e acrescentar algo a mais ou mesmo discordar do que foi aqui falado!
  Aguardem mais informações em breve!
  Aproveito mais uma vez este espaço para agradecer a todos que estiveram presentes no Treinamento sobre Funcionamento e Reparação de Placas
T-CON e CONTROL, realizado no dia 14 de julho passado no auditório da OMEBE no centro do Rio de Janeiro!
  Tivemos uma presença maciça de técnicos que lotaram as dependências do auditório (76 participantes), mostrando assim mais uma vez que o trabalho que eu, juntamente com meus colegas de trabalho, continua no caminho certo!
  Adianto que o nosso próximo treinamento será no dia 15 de Setembro e vai tratar de Funcionamento e Reparação da Placa MAIN UNIT (placa de sinal ou SSB como também são chamadas) dos TV’s LCD, LCD LED e PLASMA e também sobre as SMART TV (TV’s que acessam a INTERNET e obedecem a comandos de voz)!
  Aqueles que se interessem em participar podem obter mais informações e fazer suas reservas pelo nosso e-mail que é:
clubedotecnico@gmail.com
  Ou por um de nossos telefones: 25966942 – 98394668 (vivo) – 80967832 (tim) – 75674947 (claro) – 85792128 (oi) – 96409617 (vivo residencial) e 35872095 (net fone), das 10 às 18 horas, de segunda á sexta feira!
  O valor da inscrição é o menor do mercado e é de apenas R$55,00 com todo o material didático já incluído neste valor, tendo também o café da manhã e o Coffee break que são servidos aos alunos!
  Teremos como de costume, o sorteio de brindes fornecidos pela ICEL que é nossa parceira oficial e também pela FLYSOM, tradicional revenda de componentes eletrônicos via correios para todo o Brasil.
  Vou aqui abrir um parênteses para comentar rapidamente sobre um fato que tem sido comum durante as várias ligações telefônicas que recebemos aqui ou que fazemos no atendimento aos nossos alunos.
  Tenho sido cobrado pela ausência de fornecedores de componentes para reposição nos circuitos dos novos TV’s LCD, LCD LED e PLASMA.
  É comum ouvir que não adianta pegar um equipamento desses para consertar porque não se podem conseguir peças de reposição!
  Devo alertar que já temos um bom número de lojistas que se deram conta do espaço que estavam perdendo por não investirem na aquisição de peças para os novos televisores!
  Aqui mesmo neste jornal vamos encontrar alguns anunciantes que já têm um bom número de itens de reposição para estes televisores e quem for aos meus treinamentos terá sempre na apostila, uma lista atualizada de lojas onde podem encontrar o que procuram para consertar os TV’s LCD, LCD LED e PLASMA que venham a receber para reparo!
  Lembro a todos os nossos alunos e leitores que estou sempre à disposição via e-mail ou telefone, para esclarecer dúvidas técnicas que possam surgir em seu dia a dia de trabalho!
  Estamos sempre às ordens!
Alguns momentos do treinamento do dia 14 de Julho, apresentando os alunos sorteados com os brindes da ICEL, livros sobre LCD e PLASMA de minha autoria e uma visão geral da turma:


Fernando José é Técnico de Eletrônica e INSTRUTOR do Clube do Técnico – RJ.
Ele atua como técnico da Boullevard Assistência Técnica e INSTRUTOR da FAETEC de Niterói.
É autor de vários livros técnicos e também é o editor da revista ON LINE “Clube do Técnico em Revista”, que é uma revista mensal sobre reparação que é enviada via e-mail a todos os assinantes devidamente cadastrados para recebimento da mesma!

Mercado e Profissionais

 André Pereira

  Olá, nobre leitores. É com muito pesar que venho aqui falar sobre o mercado de eletrônica e de profissionais desta área, incluindo aí os profissionais de elétrica.
Não é de muito tempo que o mercado se retraiu e continua a encolher, fruto de políticas de descaso dos governos e das instituições de ensino.
  A internet chegou e com ela o conhecimento e compartilhamento de mais e mais informações e essas não estão sendo a contento. As instituições estão focando seus alunos nos mercados de petróleo e gás, só e somente só por dinheiro, levando as pessoas a acreditarem em um único mercado de trabalho e de negócios que deve saturar em breve e que deixará, como qualquer onda ou modismo, muita gente desempregada e desqualificada, gerando o momento desconfortante com relação ao novo momento da moda.
  Muitas empresas que vendiam muitos circuitos digitais e analógicos, como microcontroladores, circuitos TTLs e outros fecharam e, outras, em rota de colisão com o real momento atual, em que diminui o número de estudantes que se valem desses materiais para fontes de estudo e desenvolvimento, o que ajuda na compreensão das tarefas do professor e do cronograma do curso. Findo o programa, o aluno poderia desenvolver projetos e produtos para a sua região ou na melhoria de seu trabalho e não é isso que os docentes ou instrutores estão fazendo. Pedem placas e circuitos já prontos e fazem os alunos simplesmente montarem algo pré-fabricado, e não criado. Isso leva a um efeito desastrado na percepção do aluno naquilo em que ele esteja estudando, e acaba por desestimular o estudo de tecnologia em si.
  Todo o processo decai sobre as lojas de eletrônica que estão mudando de ramo para continuar a sobreviverem e, neste contexto, os poucos clientes que almejam criar algo, não conseguem o que querem para simples projetos ou materiais de estudos, e o ciclo se repete.
  Quero aqui pedir uma mudança de comportamento com relação aos estudantes, docentes e hobbistas. Se as lojas não vendem, elas fecham. Se te fizerem acreditar em um emprego ou trabalho somente por causa de dinheiro, esquecendo o profissionalismo, vai ser mais um lá na frente que se perdeu no caminho quando se der conta de que o mercado da moda estagnou ou saturou. Isso já aconteceu com o mercado metalúrgico, quando se faziam navios aqui. Muitas instituições empurravam seus alunos para este mercado em função dos salários melhores, o tempo passou, as pessoas foram se acomodando e, quando o mercado caiu, foi que se deram conta que não sabiam robótica, não sabiam sequer ligar um computador e acabaram na margem do emprego informal. Isso vai acontecer com o mercado de petróleo e gás também, pois tem muita gente achando que, se entrando, vai ficar bem por toda a vida e deixar de consumir eletrônicos por achar que tudo já vem pronto e é só usar, esquecendo que cada caso é um caso e que, nas piores das hipóteses, quem for mais criativo, mas ambicioso e mais talentoso, sobreviverá melhor.
  Quero dizer com isso que deve consumir, sim, produtos eletrônicos de forma a criar suas ideias, fazer seus projetos, seus circuitos e desenvolver algo que seja necessidade de mercado com as características que o problema pede. Não deixe a fumaça de um circuito mal montado se apagar, pois foi essa fumaça que permitiu os acertos seguintes. Lembre-se de que se as lojas fecharem de vez, aí sim ficará mais difícil de tentar consertar algo que já está gritando por socorro, que é o mercado de eletrônica e seus profissionais.
  Quero agradecer pelo seu tempo em ler este artigo e pedir que se tiver alguma ideia, sugestão ou reclamação, que nos comunique pelo telefone 21 91267264 e andrepereira@ig.com.br e poderá achar interessante nosso site www.cleapseletroeletronica.com. Nosso site teve perdas em vendas gigantescas e fui ver o que estava realmente acontecendo ao ver outras empresas fechando e desfazendo de seus produtos. Outras mudando de ramo de atividade e outras sendo vendidas. Isso é triste, pois tira de quem realmente quer desenvolver, aprender ou, simplesmente criar, a oportunidade de ter esses materiais à disposição, por outro lado, nenhum negócio sobrevive de vento e, assim, morre.
  Muito obrigado e até o próximo artigo...