André Pereira
Olá, nobre leitores. É com muito pesar que venho aqui falar sobre o mercado de eletrônica e de profissionais desta área, incluindo aí os profissionais de elétrica.
Não é de muito tempo que o mercado se retraiu e continua a encolher, fruto de políticas de descaso dos governos e das instituições de ensino.
A internet chegou e com ela o conhecimento e compartilhamento de mais e mais informações e essas não estão sendo a contento. As instituições estão focando seus alunos nos mercados de petróleo e gás, só e somente só por dinheiro, levando as pessoas a acreditarem em um único mercado de trabalho e de negócios que deve saturar em breve e que deixará, como qualquer onda ou modismo, muita gente desempregada e desqualificada, gerando o momento desconfortante com relação ao novo momento da moda.
Muitas empresas que vendiam muitos circuitos digitais e analógicos, como microcontroladores, circuitos TTLs e outros fecharam e, outras, em rota de colisão com o real momento atual, em que diminui o número de estudantes que se valem desses materiais para fontes de estudo e desenvolvimento, o que ajuda na compreensão das tarefas do professor e do cronograma do curso. Findo o programa, o aluno poderia desenvolver projetos e produtos para a sua região ou na melhoria de seu trabalho e não é isso que os docentes ou instrutores estão fazendo. Pedem placas e circuitos já prontos e fazem os alunos simplesmente montarem algo pré-fabricado, e não criado. Isso leva a um efeito desastrado na percepção do aluno naquilo em que ele esteja estudando, e acaba por desestimular o estudo de tecnologia em si.
Todo o processo decai sobre as lojas de eletrônica que estão mudando de ramo para continuar a sobreviverem e, neste contexto, os poucos clientes que almejam criar algo, não conseguem o que querem para simples projetos ou materiais de estudos, e o ciclo se repete.
Quero aqui pedir uma mudança de comportamento com relação aos estudantes, docentes e hobbistas. Se as lojas não vendem, elas fecham. Se te fizerem acreditar em um emprego ou trabalho somente por causa de dinheiro, esquecendo o profissionalismo, vai ser mais um lá na frente que se perdeu no caminho quando se der conta de que o mercado da moda estagnou ou saturou. Isso já aconteceu com o mercado metalúrgico, quando se faziam navios aqui. Muitas instituições empurravam seus alunos para este mercado em função dos salários melhores, o tempo passou, as pessoas foram se acomodando e, quando o mercado caiu, foi que se deram conta que não sabiam robótica, não sabiam sequer ligar um computador e acabaram na margem do emprego informal. Isso vai acontecer com o mercado de petróleo e gás também, pois tem muita gente achando que, se entrando, vai ficar bem por toda a vida e deixar de consumir eletrônicos por achar que tudo já vem pronto e é só usar, esquecendo que cada caso é um caso e que, nas piores das hipóteses, quem for mais criativo, mas ambicioso e mais talentoso, sobreviverá melhor.
Quero dizer com isso que deve consumir, sim, produtos eletrônicos de forma a criar suas ideias, fazer seus projetos, seus circuitos e desenvolver algo que seja necessidade de mercado com as características que o problema pede. Não deixe a fumaça de um circuito mal montado se apagar, pois foi essa fumaça que permitiu os acertos seguintes. Lembre-se de que se as lojas fecharem de vez, aí sim ficará mais difícil de tentar consertar algo que já está gritando por socorro, que é o mercado de eletrônica e seus profissionais.
Quero agradecer pelo seu tempo em ler este artigo e pedir que se tiver alguma ideia, sugestão ou reclamação, que nos comunique pelo telefone 21 91267264 e andrepereira@ig.com.br e poderá achar interessante nosso site www.cleapseletroeletronica.com. Nosso site teve perdas em vendas gigantescas e fui ver o que estava realmente acontecendo ao ver outras empresas fechando e desfazendo de seus produtos. Outras mudando de ramo de atividade e outras sendo vendidas. Isso é triste, pois tira de quem realmente quer desenvolver, aprender ou, simplesmente criar, a oportunidade de ter esses materiais à disposição, por outro lado, nenhum negócio sobrevive de vento e, assim, morre.
Muito obrigado e até o próximo artigo...
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