Carlos Dei
Editor
“Até aqui viajamos juntos. / Passaram vilas e cidades, cachoeiras e rios, bosques e florestas... / Não faltaram os grandes obstáculos.
Freqüentes foram as cercas, ajudando a transpor abismos... / As subidas e descidas foram realidade sempre presente. / Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, descobrimos cidades... / Chegou o momento de cada um seguir viagem sozinho...” (Autor desconhecido)
Pois é, grande deve ser a dor da perda, embora na sequência do caminho tenhamos que superá-la e seguir, intransitivamente. Quando “fui embora” de casa, minha mãe estava muito doente, sofria de um mal que hoje é “fichinha” para a medicina: a asma. E de tantas crises asmáticas e de tantos remédios, um atrás do outro, de tanto desespero e de tanta falta de perspectivas de cura, ela se foi, para sempre.
Quando minha mãe faleceu eu estava no Rio de Janeiro, há pouco tempo e não tive condições de retornar com a urgência necessária naquele momento. Sofri calado e distante, pedindo a Deus (ou o nome que seja na crença de cada um) que iluminasse a alma daquela que eu tanto amei e que tanto me amava e perdi tão precocemente. Pedi também que me desse forças para eu não entrar em “parafuso”. Três anos depois perdi o meu pai. A história se repetiu, não pude me despedir presencialmente. Alguns anos após, perdi o meu irmão (quase mais velho) e, muitos anos depois, perdi minha irmã (esta, a mais velha dos quatro irmãos; eu, o caçula). Com esta perda acho que caiu a ficha, desabei em prantos e em desespero, por não ter tido condições de fazer nada em vida por nenhum deles, sequer voltar lá e abraçá-los depois de tanto tempo distante, para fazer evaporar a saudade e reviver a energia que nos uniu até o dia em que de lá saí. Mas, entendi que o velho/novo tempo seguia e segue impassível e indiferente aos nossos sentimentos. Não sei o que fiz para me recompor, mas, segui. Hoje digo que não sei como reagiria à perda de um ente querido, tão próximo, como um filho, a esposa, um amigo verdadeiro.... Só sei que deve doer uma dor complexa, difícil de se superar... Sei lá... Ainda tenho um irmão, mai svelho que eu, e espero que nos vejamos com mais frequência, se a vida nos permitir.
Quero expressar publicamente meus/nossos sentimentos ao amigo e parceiro Osvaldo Pedrote (da Clynk Som e Vídeo e Eletrônica Shopping Cascadura) pela perda da sua esposa Sra. Alda, no mês de julho e também à família do nosso parceiro de outras datas, ainda no tempo da Asaerj, Aldenir Duarte (ex- Politron/RJ), que faleceu em meados do mesmo mês.
E também lamentar (já em agosto) a perda do mestre flautista, o incomparável Altamiro Carrilho.
Desejando que todos sejam confortados pela força de sua fé no caminho do bem, da luz, da harmonia e que a vida de cada um não tenha sido em vão para seus familiares, amigos, admiradores...
Belo texto, Carlos Dei, sobre esse indefinível e vago sentimento que sempre nos atormenta pela partida de alguém em nossas vidas. Nos faz pensar e, por vezes, querer refazer algo no passado, sabendo que isso jamais será possível.
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