sexta-feira, 31 de maio de 2013

Jornal Ícone ed. 207: Circuito Operacional, o DNA dos Aparelhos Eletrônicos



Waldyr Souto Maior

(Aguarde atualização)
    
Os Amplificadores Operacionais que foram desenvolvidos para ser a base principal dos computadores são hoje largamente usados em inúmeros circuitos analógicos e digitais que fazem parte dos diversos aparelhos eletrônicos domésticos.
     O nome “Operacional” surge daí, pois esses amplificadores seriam as células dos circuitos que fariam operações matemáticas. Entretanto, apesar do computador formado por operacionais ter existido, o desenvolvimento de circuitos básicos puramente digitais como, portas lógicas e flip-flops, abriu caminho para o surgimento de circuitos mais complexos como; Memórias e Microprocessadores integrados, que passaram a ser a base para os computadores digitais.
     Os computadores analógicos não vingaram, mas, os amplificadores operacionais, devido a sua fantástica versatilidade, encontraram uma larga aplicação em diversas áreas da eletrônica, tanto analógicas quanto digital como: TV, Mesas de Som, Minisystem, DVD, Fornos de Microondas, etc. e sem perder lugar nos modernos computadores digitais de hoje.
     Primeiramente, eles foram apresentados em pequenos integrados com 8 e 14 pinos, ocasião em que esses circuitos se tornaram muito populares, pois, faziam parte de uma infinidade de projetos industriais e domésticos, devido também ao seu baixo custo.
    Hoje em dia, os operacionais são quase invisíveis, pois residem em grande quantidade no interior de complexos integrados SMD’s com variados tamanhos e invólucros.
     Neste artigo, apresentarei o amplificador operacional na sua forma mais básica para que os leitores possam conhecer a essência do seu funcionamento.
     O amplificador operacional é muito simples, pois, se resume num elemento com 3 terminais, na sua versão mais básica. Veja a figura 1.



     Um sinal ou tensão aplicada na entrada não inversora, aparece na saída sem inversão e, aplicada na entrada inversora, aparece na saída invertida.
     Na maioria das suas funções, o amplificador operacional pode ser alimentado por uma fonte simétrica, com valores que podem variar entre 5 e 15 volts. Veja a figura 2.




     Num operacional alimentado com fonte simétrica, quando aplicamos 2 voltagens exatamente iguais nas suas entradas, a saída deverá se apresentar com exatamente ZERO VOLT.
     Para garantir essa exatidão, muitos operacionais possuem dois terminais ( OFFSET 1 e OFFSET 2 ), onde um trimpot é ligado para correção do zero absoluto “Ajuste de OFFSET”. Veja a ilustração na figura 3.




Pinagem de alguns CI’s populares com circuitos operacionais:

   Nas figura 4 podemos ver a pinagem de alguns CI’s com Amplificadores Operacionais.
  

Amplificador inversor:

     O amplificador inversor é aquele em que, o sinal aplicado na entrada aparece invertido na saída. A configuração tradicional para o amplificador inversor é apresentada na figura 5:


      O resistor R1 é chamado de resistor de entrada e R2 é chamado de resistor da malha de realimentação.
     Para os cálculos, deve-se respeitar determinadas regras pré-estabelecidas:

1º ) Os valores de R1 e R2 podem ser escolhidos livremente. Valores entre 1 K e 2,2 M são ideais. Geralmente usam-se resistores de valores mais altos, quando as potências dos sinais envolvidos são mais baixas.
2º )  V1 é sempre igual a V2. Para o caso da configuração acima, V1 = V2 = 0 volt
3º ) O ganho do amplificador inversor é sempre calculado dividindo-se o valor de R2, pelo valor de R1, ou seja:

          Ganho (-) = R2
                              R1
4º ) A tensão de saída “Vo” é igual a tensão de entrada “Vs” multiplicada pelo ganho, ou seja:

Vo =  - R2  x Vs
            R1

Amplificador de ganho unitário: ( SEGUIDOR DE FONTE )

     Um amplificador de ganho unitário é aquele que não amplifica tensão, ou seja, a tensão de saída é igual a tensão de entrada. Nesta configuração, ele é muito usado como ISOLADOR ou CASADOR DE IMPEDÂNCIA.
     Embora não apresente amplificação de voltagem, o poder de corrente na saída é muito alto se comparado com a corrente de entrada que é baixíssima. É por isso que esse tipo de circuito é também conhecido por BUFFER ou SEPARADOR, e encontra muitas aplicações em diversos aparelhos, já que, a carga alimentada por ele na saída, não sobrecarrega o circuito que fornece o sinal para a sua entrada.
     Nesse tipo de amplificador, a malha é fechada. Veja na figura 6 um ISOLADOR não inversor usando resistor na entrada.

  R1

 





     Nesse tipo de amplificador, a impedância de entrada é igual ao valor de R1, enquanto que, a impedância de saída é baixíssima.
     Na figura 7 vemos um circuito ISOLADOR sem resistor R1.
  
     Nesse tipo de amplificador, a impedância de entrada é considerada infinita. Por isso, esse circuito costuma ser chamado de SEGUIDOR DE FONTE COM ENTRADA INFINITA.

Amplificador de ganho infinito:

     É um amplificador operacional trabalhando com malha aberta. Seu ganho é tão alto que uma onda senoidal aplicada na entrada, apresenta-se saturada na saída, nos valores máximo e mínimo da fonte de alimentação.
     Por esse motivo, esse circuito é muito usado como Conformador de Pulsos, para transformar ondas senoidais em ondas quadradas. Veja a figura 8.

      A impedância de entrada deste circuito é igual ao valor de R1.

Comparador ou Detetor de Cruzamento:

     É um circuito que muda o estado da saída, quando uma entrada cruza o valor da outra entrada. Acompanhe na figura 9.

     Observe que, um zener de 2 volts ligado à entrada inversora, garante que a tensão ali seja sempre 2 volts. Enquanto a entrada IN for menor que 2 volts, a saída OUT apresentará - 5 volts. Quando a entrada IN for exatamente 2 Volts, teremos 0 volt na saída OUT. Quando a entrada IN ultrapassar o valor de 2 volts, a saída OUT apresentará + 5 Volts.
    Para obter um detetor inversor basta ligar o zener na entrada não inversora, fazendo da entrada inversora a entrada IN.
    Esse circuito é muito útil para transformar uma variação analógica em bit digital.
    Existem várias outras configurações e aplicações para o amplificador operacional, com ele podemos construir Pré-amplificadores, Filtros, Osciladores, Inversores, Buffer, Diferenciadores, Integradores, Portas, Somadores, Subtratores e muitos outros. É claro que não tenho como esgotar este assunto no espaço destinado à matéria deste mês, mas, posso até voltar em outra oportunidade para permitir um aprofundamento nele.
    No princípio do próximo mês de Junho estarei ministrando na Esate vários cursos importantes para aqueles que são apaixonados pelas áreas de Eletrônica e de Informática: ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL; CONSERTO E MONTAGEM DE COMPUTADORES; CONSERTO DE PLACA MÃE DE NOTEBOOK; CONSERTO DE FONTES CHAVEADAS; PONTO DE MECANISMOS DE APARELHOS SOM; GRAVAÇÃO DE EEPROM E MICRONAS; INVESTIGAÇÃO DE DEFEITOS EM TV DE LCD E LED COM OSCILOSCÓPIO; CONSERTO DE MONITORES LCD.
    Deixo aqui também um apelo a todos que desejam a continuação das atividades destas áreas profissionais, que assinem este jornal para que ele não desapareça, que comprem materiais para que as lojas não fechem, que façam cursos para se aprimorarem e para que as escolas possam continuar existindo, permitindo também o acesso das novas gerações à profissão, que colaborem com essa associação para que ela possa continuar apoiando os profissionais de todo o Brasil nas suas atividades técnicas.
    Acesse nosso site: www.wix.com/novaasfeteb/esate . E não deixe de se relacionar conosco também através do Facebook http://www.facebook.com/profile.php?id=100003405630763  e-mail: esate.asfeteb@ig.com.br , você estará em contacto com outros amigos da profissão em um ambiente agradável com muitas informações técnicas, vídeos e dicas. Fiquem com Deus !

Waldyr Souto Maior é professor de eletrônica na ESATE, possui cursos no exterior, é autor de alguns livros técnicos e é vice-presidente da Asfeteb (Associação Federal dos Técnicos em Eletroeletrônica do Brasil: esate.asfeteb@ig.com.br).

Nenhum comentário:

Postar um comentário