sexta-feira, 6 de junho de 2014

Jornal Ícone 217 - O porquê de não se conseguir unir a classe técnica!



Fernando Asaph Jr.

Olá para todos os leitores do Jornal Ícone!

Vou tratar aqui de assunto que nada tem com manutenção de eletroeletrônicos, mas que atinge diretamente várias classes profissionais, principalmente as classes onde estes profissionais são autônomos e prestadores de serviço, como eu e tantos que lêem esta minha coluna e as colunas dos colegas aqui.
Vejam o que resultou de uma simples mensagem de alerta que surgiu nas páginas do FACEBOOK e que devido ao seu conteúdo mais do que pertinente ao segmento aqui representado, foi redistribuída pelo Instrutor Fernando José e redistribuída dai por outro tanto de técnicos que utilizam as redes sociais para divulgar seus trabalhos e trocarem informações técnicas!
O estopim da questão segue na figura 1:

Figura 1


É claro que esta mensagem já remeteu você àquele famoso texto do mecânico de uma indústria que após ter se aposentado, foi chamado às pressas para reparar a máquina que ele cuidou durante muitos anos e que agora se recusava a funcionar, mesmo tendo sido trazido um grupo de engenheiros da fábrica do equipamento.
O aposentado diz que vai até lá, mas que vai cobrar pelo serviço!
O dono da fábrica concorda e este mecânico ao chegar e ver o equipamento pede uma marreta e dá uma solene e firme marretada em um determinado ponto da carcaça da enorme máquina que quase que imediatamente volta a funcionar!
Passado o espanto geral, o aposentando diz ao dono da fábrica que o serviço ficava em $1.000 dólares!
O dono ficou estupefato pelo valor cobrado para dar uma marretada, mas como era uma pessoa de palavra (coisa muito rara hoje em dia), pediu que o ex-mecânico fizesse um recibo especificando o porquê do valor cobrado.
Então, alguns dias depois o recibo chega via fax (não havia internet na época) e lá dizia o seguinte:

Dar uma marretada em uma máquina da fábrica XPTO = $1 dólar
Saber onde dar a marretada = $999 dólares

Então, após a postagem e replicagem da figura 1 no FACEBOOK, surge o seguinte comentário que está grifado na figura 2:

Figura 2
Desonestidade cobrar?
Meter a mão no bolso do cliente?
Onde está escrito isso na figura 1?

A coisa ainda fica pior mais a frente!

Vamos ver a sequência da coisa na figura 3, nas partes grifadas e aviso que algumas palavras foram propositalmente esmaecidas para não serem lidas pois os amigos aqui não merecem ler certas coisas que o cidadão aí escreveu sobre nós técnicos:

Figura 3




Vejamos então:

O cliente acha caro você cobrar um valor X pelo serviço de reparo em determinado item, seja ele qual for!
Isso é um direito dele e por isso o pedido de “orçamento”, onde se vai fazer uma avaliação dos problemas que o item defeituoso tem e, a partir daí, vai se chegar a um valor onde serão somados os materiais gastos para a execução do serviço e o valor da mão de obra do profissional que vai fazer a reparação do item!

O cliente tem todo o direito de recusar o orçamento, pois ele não tem obrigação alguma de ter em mãos o valor necessário à execução do serviço.


Agora, quando um profissional (pelo menos a tal pessoa assim se identificou), diz que cobrar um valor X é um absurdo e que este valor beira a desonestidade e que as pessoas deviam ser mais humildes, aí vemos de forma explícita o porquê de praticamente todas os segmentos de prestação de serviço, não conseguirem se unir!
Falta justamente humildade em aceitar a opinião alheia para pode chegar a tal união!
Vejam por exemplo os médicos, dentistas e advogados.
Alguém já viu um médico dizer que o outro médico cobra muito caro ou muito barato?
A resposta eu sei que é “NÃO”, não viu e não vai ver.

Não vai ver também, um advogado dizendo que o “nobre colega” é um colega que cobra “preços abusivos” pelos seus honorários!
E porque não vemos este tipo de discussão, entre esses profissionais citados?
Simples: Porque eles conseguiram formar uma classe que mantém o grupo unido em um mesmo ideal e defende este ideal com unhas e dentes até o fim!
Agora veja que eu estou pensando seriamente em mandar todos os computadores de meus clientes para este cara consertar, pois se ele diz que R$50,00 já está muito caro, e eu cobro em média R$70,00 pela minha hora de trabalho, provavelmente ele deve trabalhar de graça e aí eu mando os PC’s que tenho de consertar para ele e ganho o meu aqui sem fazer força, pois ele acha que deve trabalhar de graça para os clientes dele!

Até a próxima de DEUS quiser!
Fernando José Asaphe Júnior é Técnico em Montagem e Manutenção de MICROS e REDES e também Técnico em Segurança do Trabalho, com formação em Relações Internacionais pela UFRJ e faz parte da equipe do Clube do Técnico – RJ!


2 comentários:

  1. Ola boa noite. CUIDADO, pois se cobrar um valor menor não quer dizer NADA. Precisa verificar a qualidade da manutenção, por ele realizado, pois ele pode danificar seu equipamento, colocar outro componente que não é o correto ou seja colocar diversas avarias em seu equipamento. Os Advogados, Os médicos, seguem tabela de honorários fixado por seus respectivos conselhos. Nos, técnicos, temos uma tabela no CREA de seu estado, onde consta os valores que devem ser cobrados na emissão das ARTs, que você deve fazer ao executar um serviço e recolher o valor. Agora no caso dos técnicos reparadores, que não emitem ART, fica meio complicado uniformizar os valores a serem cobrados e isso gera muito atrito, alem do que dependendo da região ou cidade, os valores variam muito. Neste caso deve-se observar a concorrência e praticar um preço que cubra seus gastos e dê um lucro esperado. Grande abraço. João Roberto. Técnico de Eletrônica e Telecomunicações- CREA-SP

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  2. Boa noite amigo!
    Os comentários são sempre muito bem vindos pois se tornam ferramentas para aprimorar as idéias! Veja que no caso da matéria citada, a intenção não é dizer que alguém está certo ou errado mais sim, mostrar a desunião que existe dentro da profissão de técnico de eletrônica, principalmente no setor de reparação! Não estou questionando neste caso, o valor cobrado mas sim a idéia errada de que apenas "a minha posição" é que está certa e todo o resto está errado. No caso, a colocação do post no FACEBOOK, teve a intenção de alertar para a necessidade da valorização profissional e que no caso da eletrônica, requer uma atualização permante como na medicina, onde por exemplo, um médido recem formado, se não se atualizar de forma constante, em poucos anos só vai conseguir tratar de unha encravada e cêra no ouvido! Infelizmente, como o amigo leu no conteúdo da minha matéria, existem pessoas que acham que apenas o lado deles está certo e que todos os outros estão errados. Não foi minha intenção menosprezar a pessoa mas tentar mostrar que se a pessoa não valoriza seu serviço, provavelmente como você mesmo citou, será por que a qualidade do serviço que ele presta não tem muito valor e qualidade, nem pensar! Com certeza, cada um tem o direito de cobrar um valor que ache satisfatório em relação ao trabalho que realizou e óbviamente, cada região terá características diferentes e lógicamente,estas características vão também nortear o valor da mão de obra de cada um!
    Agradeço o seu contato!
    Att... Fernando José Asaphe Júnior

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