Carlos Dei
Nunca é
demais falar aqui da importância da mulher no mundo, não só por esse mês ser
dedicado a ela (e isso ser interpretado como um modismo), com o Dia
Internacional da Mulher (8 de março), mas pelo seu valor como ser - valor esse infinitas vezes desrespeitado pelo
machismo e “valores” moralistas ou torpes
humanos, nos diversos cantos do mundo.
Cantada em
verso e prosa, nas mais diversas cadências e melodias, a mulher tem sido tema
dos mais variados poetas, filósofos, historiadores, da antiguidade à contemporaneidade,
ficando claro, com isso, a sua essencialidade em nossa vida, traduzida na
sensibilidade feminina de mãe, irmã, namorada, esposa, amante, amiga, conselheira, confidente,
trabalhadora, artista, guerreira. Contudo, não podemos esquecer que ainda se
tem muito o que fazer para acabar com a
violência contra as mulheres, que se dá nos mais diversos níveis de
relacionamentos e vivências, especialmente dentro de casa. Sendo assim, a data
de 8 de Março é apenas um marco para se trazer à tona as mais profundas
reflexões sobre esses fatos e o nosso papel nesse enredo, com atitudes
corajosas para transformá-lo em um mundo melhor, equilibrado e, como diz nosso
querido poeta/compositor Gilberto Gil, “quem sabe o super homem venha nos
restituir a glória / Mudando como Deus o curso da história / por causa da
mulher”.
Muito se
poderia falar delas, incansavelmente, mas, nesta edição prestamos uma homenagem
a todas as mulheres, através da história de uma delas: a indígena do povo
Omágua/Kambeba, Márcia Wayna Kambeba, que hoje desenvolve um belo trabalho
antropológico junto aos povos indígenas, em especial do Amazonas.
Nascida na
aldeia Tikuna (AM), por razões particulares Márcia Kambeba conviveu até os oito
anos de idade com o seu povo, sendo levada para Olivença (SP), onde
cursou o ensino médio. Após isso, mudou-se para Tabatinga (AM), onde graduou-se
em Geografia e, em seguida, transferiu-se para Manaus, onde se especializou em Educação Ambiental ,
daí entrando para a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), para fazer
Mestrado em Geografia, sendo a 3ª colocada e, por desistência do primeiro, ficando
em 2º lugar.
Márcia Kambeba
Atualmente
Márcia Wayna Kambeba visita aldeias de outros povos, levando não só a Educação
que vem da cultura do dito "branco", como ela define, mas levando
apoio à luta pela valorização da afirmação, “aprendendo com eles a amar cada
vez mais a Natureza, pois dela dependemos”. “Com o meu canto, poesia e
fotografia, busco contribuir para um mundo mais humano, entendendo que somos
todos irmãos e formamos uma só nação”, concluiu, em seu depoimento ao Jornal
Ícone.
Abraços!
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