sábado, 19 de julho de 2014

Jornal Ícone - Ed. 218: Desenvolvimento e aprendizagem – Nova abordagem

André Pereira

 Olá nobres, leitores. Quanto tempo a gente não se fala e, agora, devo cutucar o ego das pessoas que ainda não perceberam os perigos para a nossa sociedade se, ao invés de investimentos em educação tecnológicas, fizeram investimentos em supérfluos, como os estádios para a copa, sem nenhum investimento sério na infraestrutura. Existem cidades ainda debaixo de escombros há mais de dois anos, como é o caso de algumas regiões de Petrópolis e Teresópolis, fora outras que as pessoas estão de aluguel social há mais de 3 anos e o dinheiro para resolver questões humanitárias mais importantes foi desviado para a anestesia social chamada copa do mundo com dinheiro público e não vindo de fora, ou seja, as empresas não vieram investir, vieram ganhar nosso suor em impostos revertidos em pagamentos para elas não fazerem nada convincente, a não ser os estádios, que depois da copa custarão uma grana para mantê-los e isso vai ser com o seu imposto.
Conversa paralela a parte, me envergonha o brasileiro que não percebe que foi manipulado a garantir os lucros altos de empresas e governos.
 O que isso tem a ver com o tópico acima? A maioria das pessoas da área de eletrônica e eletricidade não estão mais criando soluções e divertimentos com componentes eletrônicos, pois não os estão incentivando a investirem no saber, no conhecimento e nos desafios de poder resolver algum problema físico com esse conhecimento.
 No tempo das revistas Saber Eletrônica, Eletrônica Total, Elektor Brasil e Aprendendo e praticando Eletrônica, dentre outras, as pessoas ficavam eufóricas para montarem os circuitinhos e corriam para as lojas de eletrônica para comprarem seus resistores, diodos e tudo o mais e faziam seus projetinhos adaptados às suas realidades. Como os controles de níveis de caixa d'água, luzes estroboscópicas para festinhas de aniversários, radinhos e walk-talks e por aí vai. Hoje em dia se popularizou os microcontroladores e esperava-se que essa garotada de hoje fosse mais desafiadora e criativa pelo fato de possuírem mais acessos a muito mais informações que na minha época e isso não aconteceu. Temos a geração cópia, ou seja, pessoas que só replicam o que outras fazem e não aprendem o conceito, a estrutura nem a razão daquilo funcionar daquele jeito. Não vemos mais os criadores de efeitos de pedais de guitarra, ou amplificadores de violão. Os projetinhos de alarmes de carros e residências e tudo isso com muito mais tecnologia que antes.
 Mas, enfim! De quem é a culpa? Sim é de cada um de nós. Veja eu, escrevendo artigos aqui e outros colegas dando dicas e truques neste jornal para ajudar aos demais leitores em suas tarefas, mas somos poucos nessa empreitada. Muita gente está se distanciando da realidade de nossas reais necessidades de vida. Muita gente parou de dar exemplos para os que são mais jovens e deixou de excitá-los a desafios e aguçar a curiosidade sobre os fenômenos da natureza e da vida, isso gera um custo humano que leva à beira da ignorância e todos sabemos como anda países ou sociedades que abraçaram a ignorância como forma de vida e de governo. Temos a Coréia do Norte, Cuba e a maioria dos países sul americanos que se acreditam que o governo e a sociedade deve dar tudo aos pobres, quando na verdade este precisa é criar condições para que não tenhamos pobres e isso só é possível quando damos o conhecimento para que as pessoas, pensando e criando, saia dessa situação sabendo que este governo o valoriza pelo seu trabalho e empenho em ser produtivo. A esse exemplo, temos a Alemanha, que não foca na idade de seus novos empregados nas empresas e sim a experiência de vida. Digo isso por ter conhecido uma pessoa que consertava televisão para sobreviver na Alemanha e depois dos 40 resolveu ser programador de robôs e foi muito bem aceito no mercado de trabalho sem discriminação de idade como temos no nosso Brasil das ilusões.
 Na internet temos uma infinidade de blogs e sites para mudar essa situação dos nossos estudantes e profissionais. Experimentem ver no meu blog “cleapseletroeletronica.blogspot.com.br” e em outros informações que os inspirem a fazerem a diferença na nossa sociedade e reverter o ruim  posição em relação a uso e desenvolvimento de tecnologias. Me entristece ver crianças de países que em menos de 20 anos estavam em guerra civil e hoje são verdadeiros experts em tecnologia e conhecimento e os nossos jovens mais interessados em marcas de roupas, rolezinhos e tudo que não agrega em nada na vida deles quando o mercado os cobrar uma experiência profissional e eles nem saberem o que isso significa e ficarem para trás, como hoje acontece com algumas empresas que acabam por importar profissionais mais engajados e mais sérios e ocupando a vaga de brasileiros que, se fossem mais ‘makers’ ou fazedores de novas ideias e absorvedores do saber, não perderiam essas oportunidades e não ficariam mal vistos.
 Bom pessoal ! É isso. Espero que tenha sido útil a informação e aguardo vocês na próxima.

 Muito obrigado.

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