sábado, 19 de julho de 2014

Jornal Ícone - Ed. 218: Internet das coisas

Paulo Brites

 Esta é uma expressão que será cada vez mais ouvida daqui pra frente ou simplesmente pela sua sigla em inglês IoT (leia-se “ai ou tí”) que é a tradução literal de Internet of Things.


Depois da Internet que começou lá pelos anos 60, portanto ainda no século passado e da Wide World Web mais conhecida como “www” e que só chegou ao Brasil para o púbico em geral por volta de 1995, a IoT, com certeza, será (ou é) a maior revolução tecnológica deste século e, certamente, mudará de forma radical a interação dos humanos com o mundo.
 É fato consumado que a web mudou a forma de comunicação humana.  Criou-se um paradoxo ao fazer com que as pessoas fiquem mais conectadas e cada vez mais distantes. Há vinte anos ninguém imaginaria o que a Internet seria capaz de fazer (e ainda fará), assim como fica difícil prever onde a IoT nos levará.

 Mas o que é exatamente a Internet das Coisas?
 Uma definição para IoT segundo o site
 é a seguinte:
 “A  IoT é um cenário no qual, objetos (“coisas”), animais ou pessoas são providos de um identificador único aliado à habilidade de transferir dados á uma rede, sem a necessidade da interação humano-para-humano ou humano-para-computador. A IoT envolve a convergência de tecnologias sem fio (wireless), sistemas eletromecânicos (MEMS) e a Internet.”
 Em palavras simples a IoT significa tudo chipado e interconectado 24 horas por dia 7 dias da semana. Ela vai além do que George Orwell imaginou em sua novela ‘1984’ escrita em 1949.
 Perto disso a NSA (National Security Agency) será considerada brincadeira de criança curiosa.

Segundo estimativas da Ericson, daqui a seis anos, por volta de 2020 teremos 50 bilhões de dispositivos conectados, ou seja, dez vezes mais que a estimativa da população mundial e uma perspectiva de 6 bilhões de telefone móveis.
 Há anos que nós já temos computadores incrustados (embedded) capazes de se comunicarem sem fio, entretanto, quase todos formam sistemas fechados com uma relação um-a-um junto ao computador central que “conversam entre si”.
 O diferencial da IoT frente às tecnologias atuais é que os dispositivos passam a ter cinco habilidades:

1) São dotadas de uma identidade única através da estrutura central (backbone) da Internet, mostrando o que são e onde estão;
 2) Têm a habilidade de se comunicarem através de tecnologias sem fio (RFID, bluetooth para Wi-Fi e 3G ou 4G);
 3) Podem se reportar ao mundo em redor através de sensores;
 4) Podem ser controlados de qualquer lugar através de seus computadores incrustados (embedded);
 5)As “nuvens” fornecem os mecanismos de armazenamento, troca, combinação e processos massivos de quantidades de informação de qualquer lugar que tenham sido criados originalmente. A localização é irrelevante desde que tenhamos acesso a um servidor web através de nosso PC ou smartphone.

 Qual seria o uso da IoT?


Da mesma forma que ocorreu com a World Wide Web (www) quando surgiu para o público em 1993, ainda não se sabe exatamente onde a IoT vai chegar. Todavia, existem seis cenários possíveis que já se mostram viáveis.
 1) Comunicar com as “coisas” de um modo inteiramente novo, aprender sobre eles simplesmente escaneando-os com nossos celulares ou dispositivos similares;
 2) Monitorar coisas remotamente de um modo holístico, juntando múltiplas entradas que nos darão um controle maior do mundo ao nosso redor;
 3) Pesquisar e procurar coisas. Imagine você “perguntar” ao Google: onde estão minhas chaves e obter uma resposta concreta;
 4) Administrar melhor as coisas, desde o fluxo do trânsito até a economia de energia em nossa casa ou local de trabalho;
 5) Controlar coisas como sensores de temperatura (termostatos) a partir de qualquer lugar no mundo;
 6) Jogar com as coisas. Imagine aumentar a realidade de comunicação com o mundo ao redor e fazer dele um verdadeiro jogo real.

O que já temos em termos concretos atualmente?

 1) Cidades inteligentes;
 2) Saúde – monitoramento à distância de pacientes através que sensores incrustados que informam ao médico em tempo real qualquer alteração nos parâmetros monitorados;
 3) Casa inteligente (domótica);
 4) Indústria;
 5) Automóveis.

Como foi dito acima, ninguém poderia prever que a Internet promoveria mudanças radicais na sociedade como a Primavera Árabe que se espalhou pelo mundo e fez com que os cidadãos não aceitem mais de forma passiva as ditaduras e os governos totalitários.
 A mídia oficial precisou correr para tentar se adaptar aos novos tempos em que todo mundo pode “ser repórter” e nada mais se faz às escondidas.
 O que acontecerá com a Internet das Coisas nem um “Nostradamus” será capaz de prever, mas uma coisa é certa: assim como a web mudou e continua mudando o mundo, a IoT o fará também de forma imprevisível.
 Agora, mudando de assunto: você já visitou meu site www.paulobrites.com.br?
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 Até sempre
Paulo Brites
Fonte (junho/2014):
http://www.elektron-technology.com/sites/elektron-technology.com/files/iot-agar-scientific-white-paper-final.pdf

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