Tiradentes aprendeu a duras penas a se superar, trabalhando
e pensando no coletivo, conquistando conhecimento, prestígio e posição, logo
postergados por “forças” alhures e relegado a reles condições quaisquer, que
abafassem e enfraquecessem seus desejos, seus ideais, suas escolhas. Deu no que
deu, enforcado e esquartejado. Mas os ecos das suas escolhas não pararam jamais,
fomentando outras centenas de milhares de corações e mentes inquietos, até hoje.
Sagrados, profanos, padroeiros, líderes, ídolos, heróis,
iguais, diferentes, heterossexuais, homossexuais, regulares, anarquistas,
operários, artistas, artífices, religiosos, agnósticos, espirituais, místicos,
materialistas, racionais, sentimentais, entre tantos, e também bons, maus, indiferentes,
afetados, dedicados, mergulhados, aéreos, falantes, falastrões, falaciosos,
uns-sete-uns, moralistas, amorais, ufanistas, utopistas, entre tantos, entretanto...
Salve, salve simpatia! salve a vida, salve o amor, salve o
planeta, salve seu arquivo, salve Jorge, salve Zé, salve são, salve todos.
Salve a liberdade de escolha, que proporciona dividir e multiplicar
simultaneamente e que não mais o medo de censura ou rejeição nos faça desistir
das nossas escolhas mais significativas. E não nos sintamos à deriva por causa
do grande leque de opções de escolher e/ou de recusar, “escolher ser livre é
tomar um caminho difícil e muitas vezes incompreensível” (Viegas), e “Se nada
nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida.” (Pablo Neruda),
“Salve-se quem quiser, perca-se quem puder!” (Paulo Leminski).
E “viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu”, nesse “abril
despedaçado”.
Com todo respeito à escolha de cada um.
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