sexta-feira, 26 de abril de 2013

Jornal Ícone 206 - Editorial: A Liberdade de Escolha

Carlos Dei



 “Salve, salve, simpatia!”

Tiradentes aprendeu a duras penas a se superar, trabalhando e pensando no coletivo, conquistando conhecimento, prestígio e posição, logo postergados por “forças” alhures e relegado a reles condições quaisquer, que abafassem e enfraquecessem seus desejos, seus ideais, suas escolhas. Deu no que deu, enforcado e esquartejado. Mas os ecos das suas escolhas não pararam jamais, fomentando outras centenas de milhares de corações e mentes inquietos, até hoje.

Sagrados, profanos, padroeiros, líderes, ídolos, heróis, iguais, diferentes, heterossexuais, homossexuais, regulares, anarquistas, operários, artistas, artífices, religiosos, agnósticos, espirituais, místicos, materialistas, racionais, sentimentais, entre tantos, e também bons, maus, indiferentes, afetados, dedicados, mergulhados, aéreos, falantes, falastrões, falaciosos, uns-sete-uns, moralistas, amorais, ufanistas, utopistas, entre tantos, entretanto...

Salve, salve simpatia! salve a vida, salve o amor, salve o planeta, salve seu arquivo, salve Jorge, salve Zé, salve são, salve todos. Salve a liberdade de escolha, que proporciona dividir e multiplicar simultaneamente e que não mais o medo de censura ou rejeição nos faça desistir das nossas escolhas mais significativas. E não nos sintamos à deriva por causa do grande leque de opções de escolher e/ou de recusar, “escolher ser livre é tomar um caminho difícil e muitas vezes incompreensível” (Viegas), e “Se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida.” (Pablo Neruda), “Salve-se quem quiser, perca-se quem puder!” (Paulo Leminski).

E “viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu”, nesse “abril despedaçado”.
Com todo respeito à escolha de cada um.

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