Waldyr Souto Maior
Quando me lembro da época em que iniciei
na eletrônica e dos motivos que me levaram a escolher esta profissão, sempre me
vem à mente o prazer que eu sentia em poder projetar e consertar circuitos
eletrônicos.
Eu, ainda garoto, olhava para o interior
dos rádios e ficava me perguntando: como é que alguém pode chegar à conclusão
que reunindo aqueles componentes, ligados exatamente daquela forma, pudesse
resultar em algo tão fantástico como era um rádio naquela época.
Será que a minha motivação foi a mesma da maioria dos técnicos reparadores mais veteranos? Lembro que um técnico naquela época tinha que, pelo menos, montar rádios e até amplificadores por encomenda, já que esses eram aparelhos ainda muito caros nas lojas e saíam bem mais em conta montados particularmente, porque os componentes eram muito baratos com relação ao preço dos aparelhos.
Mas, o que me chamava mais a atenção na
época era a quantidade de jovens que, como eu, lotava as lojas de eletrônica a
procura de ferramentas e dispositivos eletrônicos para fins de montagem de
pequenos projetos. O técnico começava montando projetos de outros autores e
logo já estava fazendo seus próprios projetos que, além de divertido era
necessário, já que, nem sempre existia um projeto já pronto que atendesse a sua
necessidade.
Nos dia de hoje, quando a eletrônica é praticada mais na área de consertos, não vemos mais tantos jovens envolvidos com a elaboração ou execução de projetos eletrônicos, mas, sabemos que quem tem habilidade com projetos, conhece mais profundamente os circuitos que está consertando e consegue até resolver problemas, projetando modificações nos circuitos defeituosos.
Nesta matéria, gostaria de divulgar um
circuito muito interessante que elaborei juntamente com meus alunos do curso de
projeto que estou ministrando atualmente na ESATE, um Testador de Contacto.
Trata-se de um circuito muito útil para quem trabalha com eletrônica e precisa
testar rapidamente a eficiência de um contacto.
O aparelho pode ser usado para testar
CHAVES DE TOQUE DE PAINEIS DE TV, DVD E APARELHOS DE SOM; CHAVES DE PORTA DE
FORNO DE MICROONDAS; RELÉS; CHAVES DA BANDEJA DE CD/DVD, além de servir para
avaliar a eficiência do aterramento entre placas e entre aparelhos e
instrumentos.
Todos nós já tivemos alguma decepção ao testar uma chave de toque do painel de um aparelho, ou de porta de forno de microondas com o multímetro, a mesma acusar boa no teste e, depois do aparelho todo montado, começar a falhar. No caso das chaves de toque usadas nos painéis dos aparelhos, as funções ficam trocadas de forma aleatória e intermitente. No caso das chaves de forno, elas apresentam problema após alguns minutos de funcionamento, causando um constrangimento ao cliente e ao técnico que consertou o aparelho.
O circuito do TESTADOR DE CONTACTO é
apresentado na figura 1 e é simples tanto na montagem quanto na forma de
utilização.
ESQUEMA DO TESTADOR
LISTA DE MATERIAIS
Q1
– BC550
Q1
– BC550
Obs:
Os transistores não são críticos, podendo funcionar bem com outros tipos do
mesmo porte.
R1
– 2R2 / 2 W
R2
– 2R2 / 2 W
R3
– 10R / 1/2 W
R4
– 470 kΩ / 1/8 W
R5 – 22 R
/ ¼ W
D1 –
IN4148
D2 –
IN4148
LD1 – Led
comum
Obs:
Usamos um Led verde comum, mas, pode ser qualquer Led que não seja de
alto-brilho.
Fonte
– Pode ser fonte ou bateria de 5 volts com mínimo de 1A.
COMO USAR O TESTADOR DE CONTACTO
As garras de jacaré devem ser ligadas aos
terminais do contacto a ser avaliado. Quando o contacto for acionado, o led
deverá acender forte e sem cintilar. Caso o led não acenda ou apresente pouca
luminosidade ou cintilação, o contacto deverá ser classificado como ruim. A
vantagem do uso deste testador é justamente a simplicidade, a confiabilidade e
a rapidez com que o teste é feito. O teste feito com o multímetro é sempre mais
confuso, demorado e menos confiável.
No nosso protótipo, partimos para um
aperfeiçoamento, instalando um buzzer de 5 volts em paralelo com a carga, ou
seja, entre o coletor dos transistores e o + 5 volts. Com essa modificação, o
testador a passou a apresentar um efeito áudio-visual, ou seja, além de acender
o led, o buzzer sinaliza auditivamente.
PLACA DE IMPRESSO
Nosso circuito foi montado em PROTO-BOARD,
mas, o leitor poderá se utilizar de três artifícios diferentes para elaborar
uma placa de circuito impresso: Usar uma Placa Padrão, Desenhar uma placa manualmente
ou desenhar uma placa com ajuda de um computador.
Placa Padrão:
Uma placa impressa padrão é aquela que já
vem com as trilhas e as ilhas, as quais deveremos cortar as trilhas que não
serão usadas ( Figura 2 ). O acabamento final não é bom neste tipo de montagem
e o placa fica geralmente grande.
CIRCUITO
IMPRESSO
Desenho Manual:
Como o nome já diz, é quando compramos uma
placa de impresso virgem e desenhamos manualmente sobre ela as trilhas do
circuito, reagindo em seguida numa solução de Percloreto de Ferro. Neste tipo
de montagem, o acabamento melhora bastante, mas, ainda não é muito bom.
Desenho em computador:
Existem vários programas que são utilizados
para essa finalidade. O programa de minha preferência chama-se “Eagle”. Esses
programas permitem desenhar o esquema do circuito com componentes padronizados
e criar automaticamente o desenho do circuito impresso. O desenho é passado
para a placa virgem por um processo fotográfico, utilizando um material
foto-sensível, resultando num acabamento impecável em placas bem menores que as
anteriores.
No dia 11 de maio estarei ministrando um
curso na Esate de Confecção de Circuito Impresso através do computador. Neste
curso será apresentado todo o processo, desde o desenho do circuito até a
confecção final da placa utilizando o Eagle. Após o mesmo, iniciará um curso de
Projetos de Circuitos Eletrônicos Gerais.
No início do mês de maio, a Esate estará
também ministrando os seguintes cursos:
Curso de Conserto de Notebook incluindo reparo
da placa mãe; Só prática de Conserto de TV LCD e LED; Conserto de Monitores
LCD; Conserto de Fontes Chaveadas; Conserto de TV SLIM Panasonic,CCE e LG.
E para quem deseja colaborar com a nossa
classe profissional e zelar pela Asfeteb, a associação que existe com o único
propósito de ajudar, associe-se!
Acesse nosso site: www.wix.com/novaasfeteb/esate
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, você estará em contacto com outros amigos da profissão em um ambiente
agradável com muitas informações técnicas, vídeos e dicas. Fique com Deus !
Waldyr Souto
Maior é professor de eletrônica na ESATE, possui cursos no exterior, é autor de
alguns livros técnicos e é vice-presidente da Asfeteb (Associação Federal dos
Técnicos em Eletroeletrônica do Brasil: esate.asfeteb@ig.com.br).
Mestre Mayor você é fera!
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