sexta-feira, 26 de abril de 2013

Jornal Ícone 206 - Entendendo e conhecendo Circuitos de Proteção

Paulo Roberto

 Venho aqui trazer ao leitor parte do conteúdo integrante de meu novo livro que tem o mesmo titulo deste artigo, o qual aborda o circuito de proteção dos mais variados aparelhos e que causam muitas dificuldades na manutenção. Este tema tem sido solicitado pelos alunos e revertido nesta literatura. Paralelamente estou lançando também um Treinamento Circuitos de Proteção que engloba o conteúdo do livro e aborda televisores de LCD que possuem a mesma dificuldade.

 Veremos os tipos de proteção que fazem parte do capitulo com esta referencia:
  
AUMENTO DE MAT

  Utilizado em televisores e monitores, este tipo de proteção se caracteriza por
monitorar o excesso de alta tensão no cinescópio, situação que abalaria a integridade do mesmo assim como poderia causar danos em vários circuitos. O Fly-back é responsável por gerar MAT para o cinescópio, porém como se trata de um transformador, também gera alimentações em diversos secundários que saem dele. Veja na figura 1 o diagrama de um Fly-back e seus enrolamentos.


Figura 1 – Fly-back e seus enrolamentos

  Eventualmente ocorrendo algum defeito que faça a MAT subir teremos associado o aumento das tensões de secundário, portanto os projetistas costumam colocar o circuito de proteção acoplado a uma ou mais tensões de saída destes secundários. Os dois pontos mais utilizados são:

         Filamento
         ABL

   Estes pontos são escolhidos por serem diretamente críticos e no caso do filamento estar ligado a
durabilidade do cinescópio. Apesar de serem muito utilizados não se exclui a possibilidade de acharmos outros pontos que façam a monitoração do aumento de MAT, pois como estamos sempre lembrando, esta escolha fica a critério do projetista, conforme necessidade e sensibilidade do circuito. Na figura 2 temos em destaque uma etapa de um circuito de proteção onde a referência é retirada do ABL para monitoração do aumento de MAT. Note a indicação P2 na figura, pois indica que há um segundo ponto de entrada neste circuito, porém oriundo de outro tipo de monitoração para o circuito de proteção que não seja por aumento de MAT. Isso ocorre porque muitos projetistas aproveitam o mesmo circuito para monitorar dois ou mais pontos.

Figura 2 – Referência pelo ABL

  Na Sony encontramos pequenos integrados que servem como caminho para monitoração de proteções horizontais, apesar de serem também utilizados para o circuito de PIN-CUSH. Na figura 2-A podemos visualizar um destes integrados e seu posicionamento na placa.


Figura 2-A


AUSÊNCIA DE DEFLEXÃO VERTICAL

  Um tipo de proteção muito utilizada nos televisores e monitores é a de ausência de deflexão vertical. Como os microprocessadores se utilizam de várias informações para que possam realizar seu trabalho e entre estas informações encontramos o V-SINC que é um sinal oriundo do vertical. Inicialmente este sinal tem a função de ajudar a sincronizar os caracteres na tela, porém alguns projetistas se utilizam da sua ausência para acionar a proteção. Numa eventual falha de deflexão vertical, o que acarretaria a famosa linha na tela onde poderia marcar a mesma, usa-se esta supressão de sinal para referenciar o micro que existe problemas nesta etapa. Na figura 3-A encontramos um integrado de amplificação vertical e na figura 3 temos o diagrama do mesmo integrado onde está destacado o sinal do vertical amplificado em sua saída.
 
                     
Figura 3                                                            




Figura 3-A
     Na realidade este sinal além de ir para a defletora também é utilizado para gerar o já mencionado V-SINC orientando assim o microprocessador que tudo está OK na deflexão vertical. Na figura 4 vemos uma representação de um sinal oriundo do vertical chegando ao micro, onde está batizado pelo projetista de Vprot.

                                             

Figura 4

CORRENTE EXCESSIVA

   Este tipo de ponto da proteção, encontramos em qualquer aparelho de: DVD, monitor, microondas, TV, Som e etc. Sua característica consiste em tirar uma amostra de corrente para ser monitorada e caso haja uma elevação que ultrapasse um valor determinado o circuito de proteção atua rapidamente para desativar o aparelho. Em determinados circuitos podemos encontrar até dois pontos de monitoração de corrente. Essencialmente utiliza-se a corrente de fonte e em outras situações a corrente no horizontal (  monitores e televisores ). Apesar de encontrarmos muitas monitorações em fonte existem circuitos que só observam a corrente no horizontal, conforme determinação do projetista.
  Evidentemente não posso estender o assunto nesta coluna em função do espaço, mas convido o leitor amigo para participar do meu novo Treinamento ou adquirir o livro com a abrangência do conteúdo. Informações sobre o curso são dadas pelo (21)25973368 / 96780087 ou treinamentosbte@gmail.com.

Paulo Roberto dos Santos é Técnico em Eletrônica e Mecatrônica com especialização em Instrumentação Industrial, atuou por muitos anos na rede Sharp e atualmente trabalha como tecnólogo na Universidade Gama Filho. Paulo Roberto é autor de diversos livros e editor do boletimtecnicorj@gmail.com, distribuído de forma gratuita,colunista do Jornal Ícone, atuando também como Instrutor e palestrante de manutenção. Possui experiência em manutenção eletrônica com mais de 25 anos

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