sábado, 10 de setembro de 2011

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Waldyr Souto
 Se você fizesse essa pergunta a dez crianças, entre os anos de 1950 e 1970, pelo menos sete delas responderiam: “TÉCNICO REPARADOR”.
 Naquela época, a profissão de técnico reparador de RÁDIO e TV era muito cogitada, por ser considerada uma das mais lucrativas e  muitos jovens procuravam até os cursos por correspondência para que pudessem pagar aos poucos, já que esses cursos eram relativamente caros naquela ocasião.
 Os jovens de hoje estão cogitando outras áreas profissionais e até alegam que a profissão de técnico reparador está desgastada e não dá dinheiro.
 Em outras ocasiões eu já falei e torno a dizer: A profissão de eletrônica não vai acabar, já que a eletrônica é uma área em constante crescimento. O que ocorre são mudanças tecnológicas que acontecem em alta velocidade, obrigando o profissional a se decidir entre duas coisas: “Ou procura se atualizar, ou deixa a profissão”. Pode observar que, muitos dos que dizem que a profissão acabou são exatamente aqueles que deixaram a profissão por falta de atualização e adaptação às novas tecnologias.
 Em quê o técnico precisa mudar para estar adaptado ao novo? Vamos abordar os erros mais comuns:
 Repassar os valores que se cobrava antigamente para os orçamentos atuais:
Muitos técnicos preferem deixar de pegar aparelhos como: TV de 14”, DVD e Rádios portáteis a cobrar menos pelo conserto. Se você antes cobrava 150 reais pra consertar um videocassete, não significa que agora deva cobrar esse mesmo valor para conserto de um DVD. Um dos aparelhos que mais dá suporte financeiro à minha oficina é o DVD, e os meus orçamentos dificilmente passam de 50 reais. Isso porque a minha média diária é de oito aparelhos consertados por dia.
Recusar determinados aparelhos para conserto em sua oficina:
Além do DVD, muitos técnicos recusam a entrada de rádios portáteis, muitas vezes, dizendo ao cliente que o aparelho não tem conserto. Aí, o cliente leva o aparelho no Zé Quebra-Galho que, além de consertar, diz: “Né nada não, era só um soldinha”.
 Muitas vezes, encontramos esse mesmo técnico lamentando: É... o serviço caiu muito, a nossa profissão está acabando...
 Muitos problemas que a nossa profissão tem hoje são causados por nós mesmos.  Assim como o homem destrói a natureza e depois reclama que ela está revoltada, o técnico destrói a profissão e depois lamenta o seu fim.
 O técnico não pode reclamar de falta de serviço, já que hoje há uma grande variedade de tipos de aparelhos, que representa uma boa fonte de renda na bancada. O Forno de Microondas é um deles. Esse aparelho é fácil e rápido de ser consertado e os clientes aceitam bons orçamentos para o seu conserto.
 Pra quem não gosta de pegar TV de 14”, deve saber que a moda agora deixou de ser TV 29”. Com a chegada dos aparelhos de LCD, a TV de 14” voltou forte, ou seja, a moda agora passou a ser uma TV LCD de 42” na sala e uma TV TRC de 14” no quarto.
 Não adotar ferramentas, instrumentos e métodos compatíveis com os novos aparelhos:
 O técnico que ainda não possui um bom ferro de solda, nem um Capacímetro, nem um Gravador de Memórias EEprom ou um gravador de Micronas, não conhece a Liga de Índio nem o Fio Separador, ou ainda tem dúvidas sobe os componentes SMD, não sabe bem o que é TV DIGITAL nem conhece os circuitos internos de uma TV de LCD, não tem um Computador na sua oficina ou ainda tem dúvidas sobre informática e de como navegar na Internet está no grupo dos desatualizados e com risco de parar com a profissão.
O Técnico tem que ser organizado e caprichoso na sua profissão; Deve ter suas ferramentas bem conservadas e da melhor qualidade.
 Evitar as lojas de eletrônica e cursos de atualização:
 O problema que muitos não percebem é que há um equilíbrio que mantém viva a profissão de técnicos reparadores. As lojas e os clientes dependem dos técnicos e os técnicos dependem dos cursos de atualização, das lojas e dos clientes. Se um desses elementos deixa de existir, o elo se quebra e todos despencam.
 O simples fato do técnico recusar alguns aparelhos na sua oficina, já contribui para o fechamento de lojas de eletrônica. Se ele não procura os cursos, os cursos fecham, como muitos já fecharam.
 Os Técnicos precisam se atualizar. Faltam apenas 5 anos para que os transmissores de TV analógica sejam todos desligados, mas, por outro lado, muitos técnicos não sabem nada sobre TV Digital e nem sequer sabem quais são os circuitos que compõem uma TV de LCD.
 Muitos técnicos já profissionalizados deixam de se atualizar porque se envergonham de estar em uma sala de aula.
 Veja a seguir, o perfil de alguns alunos da minha turma de TV de PLASMA e LCD encerrada no mês passado, que têm orgulho em estudar e não manifestam constrangimento algum em relatar a opinião deles sobre o curso.






Nome: Ary Rufino
Situação: Tem oficina, já cursou TV P/B e Em Cores, Técnicas Digitais e Microprocessadores.
Opinião: Bom para o que foi proposto.









Nome: Cláudio Guimarães do Nascimento.
Situação: Tem oficina há 10 anos e fez curso de Eletrônica Básica.
Opinião: Gostei do curso.









Nome: Celso Vicente dos Santos
Situação: Trabalha há 40 anos nas horas vagas e é Tecnólogo em Eletrônica Digital.
Opinião: Curso bem estruturado, dando noção até dos circuitos que compõe os aparelhos.
Sugestão: Adquirir mais aparelhos para estudo






Nome: Oscar Rodrigues
Situação: Trabalha há 25 anos e já cursou Som, TV, Microondas, VCR, DVD, Monitor.
Opinião: Bom. Me alertou bastante. Daqui pra frente procurarei me aperfeiçoar.
Sugestão: Deveria haver aulas extras destes aparelhos para permitir mais leituras de esquemas.






Nome: Ivanildo Venâncio
Situação: Tem oficina há 29 anos e já cursou Radio, TV, CD e Forno de Microondas.
Opinião: O curso foi muito bom !
Sugestão: Inserir mais estudos sobre TV de Led.




Nome: José Antônio dos Santos
Situação: Trabalha nas horas vagas e já fez curso de TV em Cores.
Opinião: Muito bom!

Nome: Hamilton Luciano
Situação: Conserta aparelhos nas horas vagas e já fez vários cursos na área de Eletrônica.
Opinião: Gostei do curso, porém, tive alguma dificuldade por não ter tido ainda muito contacto com esses novos aparelhos.





Nome: Adilson Rodrigues
Situação: Tem oficina própria, já fez curso de Rádio, TV, CD, VCR e Engenharia incompleto.
Opinião: Muito bom !
Sugestão: Verificar mais pontos de teste com osciloscópio. Implantar mais assuntos sobre TV de LED.
Nome: Jorge Antônio
Situação: Tem oficina em casa e já fez diversos cursos na área de eletrônica.
Opinião: Excelente! Adquiri vários conhecimentos importantes.
Atenção: Publiquei todos os depoimentos que foram dados e que foram autorizados pelos alunos que concluíram o último curso de TV Digital, Plasma e LCD. Fico muito agradecido a esses alunos.
Para quem desejar crescer mais profissionalmente, a Esate está lançando novos cursos no próximo mês, como DEFEITOS DE SINTONIA EM TV, DEFEITOS DE FONTES CHAVEADAS e FORNO DE MICROONDAS, além de outros.
(Matéria da edição 181 - Março de 2011)

Waldyr Souto Maior é professor de eletrônica na ESATE, possui cursos no exterior, é autor de alguns livros técnicos e é vice-presidente da Asfeteb (Associação Federal dos Técnicos em Eletroeletrônica do Brasil: esate.asfeteb@ig.com.br).

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