Carlos Dei
Editor
Durante muito tempo acompanhei as discussões do segmento autorizado de eletroeletrônicos no Rio de Janeiro, através da Asaerj e, como amostragem do Brasil, através da Abrasa. A preocupação desde 1992, época em que foi fundada a Associação do Rio e o Jornal Ícone sempre foi com o fim da atividade de prestação de serviços nesta área, a possibilidade de diversificação do serviço sem abandonar o segmento e o que fazer com as tendências da cultura do “descartável”, fomentada por fabricantes.
Vi muitas micro-empresas de prestação de serviço em eletroeletrônicos minguarem ou fecharem as portas, técnicos mudarem de profissão ou insistirem no “tradicional”, sem a preocupação com a reciclagem dos seus conhecimentos, adequando-se às inovações tecnológicas dos equipamentos, mudança de práticas, de comportamento frente ao novo mercado que sempre surge e ressurge.
Ainda bem que hoje, apesar das “cabeças-durices”, os profissionais técnicos e os micro-empresários passaram a enxergar possibilidades, nichos dentro do esperado “fim-do-mundo” desta atividade, reaprenderam a lidar com este mundo estranho, voraz, promissor, “auto-destrutivo”, traiçoeiro e maravilhoso. Mas, um dos fatores preocupantes em tudo isso permanece forte: a obsolescência dos materiais, dos valores, da própria vida, o consumismo desenfreado, que nos faz acreditar na tal política do descartável, em função das “novas tendências”, o que põe em risco a profissão do prestador de serviço, da micro-empresa que fornece insumos para este, do meio-ambiente, da vida... É pra pensar... na sustentabilidade. Ou levamos isso a sério ou nos colocamos em sério risco, nós e as nossas gerações futuras. Acredito que não tenhamos muita escolha. Por uma boa sugestão do nosso amigo colaborador Waldyr Souto, em seu brilhante artigo “O incentivo ao consumo e o Técnico reparador”, recomendo também que vejam o documentário “A história das coisas”, narrado por Annie Leonard (http://sununga.com.br/HDC/?topico=display).
Abraços!
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